Caso Eloá: quem é e onde está Lindemberg Alves?

Veja quem é Lindemberg Alves, condenado por manter refém e assassinar a ex-namorada. Crime ficou conhecido como ‘Caso Eloá’.

Lindemberg Alves, réu condenado no Caso Eloá

O Caso Eloá aconteceu em outubro de 2008 e chega aos 15 anos agora em 2023. Ele voltou à tona depois que o crime foi relembrado na retomada do programa Linha Direta, da TV Globo, contando a história da menina Eloá Cristina Pimentel, então com 15 anos, que foi morta após passar mais de 100 horas como refém de seu ex-namorado, Lindemberg Alves Fernandes.

O crime aconteceu no município de Santo André, no interior de São Paulo, e é considerado a mais longa negociação com refém da história paulista. Mas, afinal, quem é Lindemberg Alves Fernandes, o homem condenado pelo crime? E por onde ele anda?

O Jornal da Paraíba reúne as principais informações sobre o homem que sequestrou, manteve em cativeiro e matou Eloá Cristina em 2008. E o que aconteceu com ele depois disso.

Origens de Lindemberg Alves na Paraíba

Lindemberg Alves nasceu em Patos, no Sertão da Paraíba, a 307km de João Pessoa. Filho de Maria das Dores e de José Luciano, o menino tinha apenas dois anos quando a mãe resolveu deixar o marido e a Paraíba e tentar uma nova vida. Foi nesta época que Maria se mudou para Cuiabá, capital do Mato Grosso, e passou a morar com o filho na mesma cidade onde já moravam familiares dela.

O rompimento com a Paraíba foi tão definitivo que Lindemberg cresceu sem conhecer o pai, que permaneceu no interior paraibano. Já o filho seguiu em Cuiabá até os 12 anos, quando se mudou mais uma vez com a mãe, desta vez para Santo André. Foi na cidade que o crime aconteceria dez anos depois, quando ele já tinha 22 anos.

Ele nunca mais retornou a sua terra natal, a Paraíba.

Condenação de Lindemberg Alves no Caso Eloá

Lindemberg Alves tinha 22 anos quando invadiu o apartamento da ex-namorada Eloá no dia 13 de outubro de 2008. Ao todo, foram mais de 100 horas de negociação até o desfecho trágico de 17 de outubro daquele mesmo ano, quando a Polícia Militar de São Paulo invadiu o apartamento em que Lindemberg mantinha como reféns Eloá e a melhor amiga dela, Nayara Rodrigues da Silva.

No fim, Nayara foi baleada com um tiro, mas sobreviveu. Eloá por sua vez levou dois tiros, sendo um na cabeça e outro na virilha, e morreu no dia seguinte, 18 de outubro.

O homem, que à época trabalhava como motoboy, foi preso logo depois do fim do sequestro e segue hoje os dias atuais cumprindo pena.

Na verdade, ele foi a júri popular em fevereiro de 2012, quase quatro anos depois do crime, e acabaria condenado por 12 crimes. Entre eles, homicídio qualificado, tentativa de homicídio, sequestro, cárcere privado e disparo de arma de fogo.

Em 2013, a pena foi definida em 39 anos de prisão, faltando assim cumprir 35, já que quatro desses anos tinham sido cumpridos antes.

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Caso Eloá foi tema do Linha Direta, da TV Globo – Foto: Reprodução/TV Globo

Bom comportamento de Lindemberg Alves

Pouco se sabe da vida de Lindemberg Alves após a sua condenação. Do pouco que se tem notícia, a de que ele permanece no Presídio de Tremembé, em São Paulo, penitenciária conhecida por receber presos envolvidos em casos de grande repercussão, como Alexandre Nardoni, Elize Matsunaga, Suzane Von Richtofen e os irmãos Cravinhos.

Nos últimos 15 anos, ele fez cursos de qualificação oferecidos internamente e trabalhou em oficinas na unidade prisional. Manteve também uma rotina intensa de leituras ao longo dos anos.

Em 2021, após 13 anos preso (1/3 da pena), a defesa de Lindemberg pediu o relaxamento de sua prisão para o regime semiaberto, quando o preso tem o direito de sair durante o dia para estudar ou trabalhar, retornando à noite para a prisão. Os detentos têm direito também a cinco saídas temporárias no ano, entre elas Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal.

Em princípio, o pedido foi acatado pela justiça, mas revogado quatro meses depois após recurso do Ministério Público de São Paulo.

Um ano depois, em 2022, novo pedido de regime semiaberto foi aprovado pela justiça, sob o argumento de bom comportamento e possibilidade de ressocialização do réu. O MPSP recorreu mais uma vez, alegando que ele tem “personalidade agressiva e com alternâncias de comportamento”, mas uma decisão ao recurso ainda não saiu. o recurso foi protocolado em 13 de dezembro do ano passado.