A atriz Bete Mendes foi presa e torturada pela ditadura.
Durante o governo Sarney, quando era deputada federal, Bete, depois de uma viagem oficial ao Uruguai, denunciou como torturador o coronel Brilhante Ustra. Ele atuava na embaixada do Brasil em Montevidéu.
Nesta quinta-feira (03), no capítulo da série Os Dias Eram Assim, Bete Mendes deu um breve, mas sempre necessário, depoimento sobre o que aconteceu com ela.
O depoimento da atriz (junto com o de outros torturados) ilustrou o momento em que, na trama, era lançado um livro com depoimentos sobre a tortura no Brasil.
A série fundiu ficção e realidade num dos seus capítulos mais fortes.
O livro da ficção remete a um livro da vida real, Brasil: Nunca Mais, corajosa publicação prefaciada por Dom Paulo Evaristo Arns, o admirável cardeal arcebispo de São Paulo.
O ato de terrorismo praticado pelos agentes da repressão em Os Dias Eram Assim remete ao atentado do Riocentro.
Depois de percorrer a década de 1970, a série, agora, está mostrando os estertores da ditadura militar.
Presta um serviço à nossa memória.
