Companhia se diz vítima de naufrágio

A companhia Costa Cruzeiros, proprietária do navio Costa Concordia, anunciou ontem que se apresentará como vítima no julgamento contra o capitão do navio.

A companhia Costa Cruzeiros, proprietária do navio Costa Concordia, anunciou ontem que se apresentará como vítima no julgamento contra o capitão do navio, Francesco Schettino. A embarcação naufragou na última sexta-feira, na ilha de Giglio, na costa da Toscana, na Itália, após uma manobra que terminou com uma colisão em rochas. A empresa também informou ontem que manteve contato com todos os passageiros do cruzeiro para saber se voltaram para suas casas e o estado de saúde de cada um deles. A companhia comunicou que vai reembolsar o valor do cruzeiro e todas as despesas materiais associadas a ele.

O advogado da empresa, Marco De Luca, condenou o comportamento do comandante, que desviou o navio de sua rota sem autorização. O acidente provocou a morte de pelo menos 11 pessoas. "A companhia é outra vítima da tragédia, porque, além do desastre e do drama humano, a empresa sofreu um dano imenso", disse.

Schettino continua em prisão domiciliar, no sul da Itália, após ter ficado quatro dias na cadeia. A juíza Valeria Montesarchio, responsável pelo caso, considerou que o capitão via o naufrágio do navio e o resgate das vítimas de um cais na ilha de Giglio.

RESGATE
A Itália identificou ontem mais três corpos de passageiros do Costa Concordia. Os restos mortais são dos turistas franceses Jeanne Gannard e Pierre Gregoire e do espanhol Guillermo Gual. Os mergulhadores que fazem as buscas afirmam que ainda há 21 desaparecidos.

As equipes de resgate retomaram as buscas por desaparecidos na manhã de ontem, após a embarcação mudar de posição em cima da rocha em que está o casco. A Guarda Costeira usará explosivos para abrir buracos na estrutura para buscar mais vitimas.
Enquanto o resgate é feito, técnicos se preparam para bombear o diesel do navio para evitar um desastre ambiental.