PC prende acusados de 95 assassinatos

Suspeitos dos crimes são integrantes de três famílias tradicionais que travam uma disputa há mais de 60 anos no sertão.

A operação ‘Laços de Sangue’, deflagrada na madrugada de ontem pela Polícia Civil da Paraíba, prendeu 15 pessoas acusadas de participação em 95 assassinatos no Sertão do Estado. Os suspeitos são integrantes de três famílias tradicionais que, de acordo com as investigações, travam uma disputa há mais de 60 anos na região.

As prisões aconteceram, simultaneamente, na Paraíba e Rio Grande do Norte, e ainda estão sendo investigadas ramificações no Ceará e em São Paulo.

O objetivo da operação é combater os crimes de pistolagem, contrabando e tráfico de drogas. De acordo com a polícia, cada execução encomendada custava até R$ 20 mil. Um arsenal com 18 armas foi apreendido pela polícia, que está à procura de mais três acusados ainda foragidos. Os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça nas comarcas de Patos e Catolé do Rocha.

A investigação aponta que as quadrilhas de pistolagem eram compostas e coordenadas por integrantes das famílias Oliveira, Suassuna e Veras. Para a polícia, a “guerra entre os clãs” também tinha relações com o crime organizado.

“Tudo começou com uma vingança e a partir daí foi necessário manter essa vida criminosa. Eles praticavam outros crimes para conseguir dinheiro e financiar as mortes, como o contrabando e pistolagem”, informou André Rabelo, delegado regional de Catolé do Rocha.

Pelo menos 64 mortes foram motivadas diretamente pela disputa entre famílias, enquanto outros 31 homicídios investigados possuem relação com as outras ações criminosas promovidas pelos bandos rivais. Todo o dinheiro arrecado era usado para manter uma estrutura organizada de extermínio.

“Os três clãs vêm se confrontando e realizando várias execuções. Uma característica marcante dos três grupos é o planejamento das ações. Todos os crimes eram previamente planejados, com tarefas bem definidas dentro da organização: pessoas que planejam, financiam e recrutam mercenários. Eles levantam os alvos e executam”, explicou Cristiano Jacques, delegado regional de Patos. (Com informações de Damião Lucena)