Promotoria aprova condenação e defesa estuda possível recurso

Jurados acolheram todas as denúncias feitas pelo Ministério Público. O advogado de um dos réus declarou que vai analisar a possibilidade de entrar com recurso.

Karoline Zilah

A promotoria responsável pela acusação de Carlos José Soares de Lima e Edileuza Oliveira dos Santos no julgamento da Chacina do Rangel se disse satisfeita com a condenação do casal a cerca de 120 anos de prisão cada um. Ao término da sessão, o promotor Alexandre Varandas declarou à reportagem do Paraíba1 que todas as denúncias oferecidas pelo Ministério Público à Justiça foram aceitas pelos integrantes do júri popular.

Já o advogado de defesa de Carlos José, Jerônimo Ribeiro, ainda está pensativo. Ele considerou a pena muito elevada para o seu representado (116 anos de prisão em regime fechado) e declarou que vai estudar a possibilidade de entrar com um recurso. Para isso, ele tem um prazo legal de cinco dias. No momento desta entrevista, o defensor de Edileuza já havia deixado o plenário do Tribunal do Júri e não pôde conversar com a reportagem do Paraíba1.

Quanto ao juiz Marcos William, ao término do julgamento ele afirmou que o sentimento é de "missão cumprida". Lembrando que não foi ele quem condenou os acusados, mas sim os sete integrantes do júri popular. "A sociedade paraibana recebeu a resposta que esperava. A Justiça provou sua competência ao manter o réu vivo e trazê-lo a julgamento, para que o caso dele pudesse ser analisado pelo povo", lembrou o magistrado sobre as agressões sofridas por Carlos José no Presídio do Róger e as ameaças de morte no presídio PB-I. 

O juiz também ressaltou a celeridade do tribunal do Júri ao levar o caso a julgamento em cerca de um ano.

A sessão, que teve início às 9h da quinta-feira (16), terminou às 5h desta sexta (17), mas poderia ser ainda mais longo. Isto porque a promotoria e os dois representantes da defesa decidiram, de comum acordo, abrir mão das réplicas e tréplicas do debate onde expunham as provas e suas teses.

Ao todo, foram 20 horas de julgamento. Destas, três horas foram de palavra da acusação do Ministério Público (uma hora e meia sobre cada réu) e três horas para as defesas (uma hora e meia para o advogado de Carlos José, e o mesmo período para o defensor público de Edileuza).