Um suposto funcionário do Departamento de Trânsito da Paraíba (Detran) foi preso na manhã de ontem em João Pessoa acusado de integrar uma quadrilha interestadual especializada em roubar veículos no vizinho estado Pernambuco. Conforme a Polícia Civil do Estado, o paraibano era responsável por adulterar os identificadores dos veículos roubados e esquentar os documentos, criando clones. A prisão faz parte da operação ‘Rota Final’ deflagrada às 5h da manhã de ontem.
Segundo a Polícia Civil de Pernambuco, os carros eram roubados no Estado vizinho e em seguida todos os dados referentes a características do veículo, a exemplo dos chassis, seriam repassados para o paraibano identificado por Cléber Procópio Soares de 32 anos. Ele seria responsável por confeccionar novos documentos com base em veículos com as características, como marca, modelo, ano, cor, semelhantes às dos veículos roubados. Posteriormente, tais veículos seriam destinados aos receptadores que os revendiam, colocando eles novamente em circulação em Pernambuco e na Paraíba.
Na operação, nove pessoas foram detidas por força de mandado de prisão expedidos pela Vara Criminal de Recife. Embora o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Osvaldo Moraes, afirme que o homem detido em João Pessoa é funcionário do Detran da Paraíba, o corregedor do órgão, Walber Virgolino, negou a informação.
“Nunca houve no Detran nenhum funcionário com o nome informado pelas autoridades de Pernambuco, e essa fraude não partiu de nenhum funcionário do Detran na Paraíba. Nós temos monitorado constantemente todas as pessoas que já praticaram fraudes no Detran ou que são suspeitas de praticar, mas não existe qualquer tipo de falsificação de documentos”, garantiu o corregedor, ressaltando que já ocorreu no Detran casos de desvio de documentos verdadeiros, porém os responsáveis já foram punidos. “Eles tinham acesso à impressão dos documentos e dessa forma desviavam”, concluiu Walber Virgolino.
A polícia ainda prendeu duas pessoas em flagrante e apreendeu carros, dinheiro e armas. O grupo que era investigado desde dezembro do ano passado pelo Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), através da Unidade de Roubos e Furtos de Veículos, é suspeito de crimes como formação de quadrilha, roubo, furto e adulteração de sinais identificadores dos veículos, falsificação de documentos e receptação. Entre os presos, dois são detentos do sistema prisional de Pernambuco.
