Acidentes com animais nas BRs crescem na PB

Até março deste ano a Polícia Rodoviária Federal já registrou 51 acidentes, envolvendo envolvendo animais soltos na pista.

Além da atenção com as regras de trânsito que os motoristas que trafegam pelas rodovias que cortam a Paraíba precisam ter, um fator externo tem contribuído para provocar vários acidentes nas BRs no Estado e nas vias das grandes cidades.

Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ao longo do ano de 2010 foram registrados 204 acidentes envolvendo animais soltos nas pistas, com oito mortos. Já em 2011, esse número aumentou, alcançando 229 colisões que resultaram em sete mortes. Este ano, até o mês de março a PRF registrou 51 acidentes, com seis mortes.

Os dados são preocupantes, segundo afirma Walber de Sousa, inspetor da PRF, que destacou que esse cenário tem se tornado uma constante, principalmente à noite, quando os bichos se deslocam para procurar comida. “Tem se tornado uma constante esses acidentes provocados por animais soltos nas pistas, já que a cada ano esse número tem aumentado. A PRF tem agido no sentido de colocar esses animais em alguns cercados para pelo menos minimizar o problema, já que o dono só pode ser penalizado se houver um acidente”, afirmou.

Contudo, Walber explicou que quando as colisões acontecem, os proprietários não se apresentam, já que eles são responsabilizados por permitirem que os bichos ficarem vagando pelas rodovias. “Quando acontecem os acidentes, os donos nunca se apresentam, primeiramente porque os animais normalmente morrem, e também porque eles vão responder pela colisão”, acrescentou o inspetor que destacou que o maior índice de acidentes acontece no Sertão do Estado. “No Sertão os acidentes ultrapassam os 50% do total registrado”, destacou.

No final do ano passado, o radialista Hiran Barbosa acabou entrando nas estatísticas dos acidentes provocados por animais ao se chocar contra um cachorro na alça Sudoeste de Campina Grande, local onde constantemente são flagrados e apreendidos os bichos que trafegam pelas vias urbanas e BRs. “É algo que muitas vezes não há como evitar. No meu caso, o cachorro correu de encontro a minha moto, o que acabou me derrubando.

Machuquei muito a mão esquerda e tive que mudar para uma moto mais leve para ter a mesma mobilidade”, contou Hiran.

Exemplos como o do radialista são muitos. Como explica Fernando Grosso, diretor do Centro de Zoonoses do município, esse ano já foram capturados apenas animais de grande porte em número de 445, que ficam instalados nas dependências do órgão esperando que os donos façam sua retirada. Já se tratando de bichos de pequeno porte o número chega a ser muito maior. “Temos feito o possível para retirar esses animais das ruas, mas o Centro não tem ação punitiva. Quando acontece a apreensão, o proprietário tem cinco dias úteis para retirar o animal. Depois desse prazo, ele é considerado como bem do município. Como a taxa paga é de R$ 50, muitos preferem comprar outro animal a pagar para retirar o que foi apreendido”, disse.