Acompanhantes têm até 26 anos

Para a maioria, se trata de um ‘trabalho temporário’ para pagar as contas e seguir em frente.

Uma vida desregrada, com amantes ricos, viagens e festas luxuosas, automóveis importados e apartamentos caros. Este pode ser o retrato fictício do cotidiano de uma garota de programa, imaginado pela maioria dos homens e mulheres que usufruem das acompanhantes de luxo. Para algumas, a realidade é essa. Mas para a maioria, se trata de um ‘trabalho temporário’, para pagar as contas e seguir em frente.

Em geral, elas são estudantes universitárias em faculdades particulares e públicas, naturais de Pernambuco e Rio Grande do Norte, moram com amigas ou sozinhas, têm entre 19 e 26 anos, trabalham para homens casados, em horário de almoço, em reuniões empresariais e até eventos públicos e viagens de finais de semana e faturam de R$ 2 mil a R$ 10 mil mensais. Elas passam temporadas de até seis meses em cada cidade, depois mudam para o polo que for mais atrativo. Normalmente, famílias e amigos não sabem da ‘escolha profissional’.

O dinheiro relativamente fácil e o estilo de vida aparentemente luxuoso não ilude. Entrevistadas pelo JORNAL DA PARAÍBA, garotas afirmaram que fazem o trabalho pelo dinheiro e prazer, mas querem mudar de vida. Várias conversas foram realizadas, mas nenhuma garota aceitou informar como foram contatadas ou contataram os administradores, fotógrafos, maquiadores e outros profissionais envolvidos na produção de seus ‘currículos’ expostos na internet.

Num primeiro contato, o programa pode custar de R$ 150,00 até mais de R$ 300,00, por hora. As garotas podem sair para locais públicos, mas existe uma regra para o primeiro encontro. “A primeira vez é só em motel. O cliente espera e eu vou para o local do encontro. Depois, com alguma intimidade, já conhecendo, dá para marcar barzinho, festa, viagem, fim de semana ou o que der vontade, negociando o preço”, disse uma das moças.

“É hipocrisia dizer que não gostamos de sexo e ostentação. Tem muita coisa suja e ruim que clientes pedem e não nos submetemos, normalmente. Um preço extra acaba convencendo, mimos de clientes antigos e tal, mas o importante é que são negócios. Depois de terminar, seguimos em frente. Um dia, todas saímos dessa vida, querendo ou não”, afirmou outra.