Acordo deve combater assédio moral aos bancários

Bancários paraibanos possuem desde o dia 26 de janeiro um instrumento para coibir o assédio moral tão comum no ambiente de trabalho

Do Jornal da Paraíba

Os bancários paraibanos possuem desde o dia 26 de janeiro um instrumento para coibir o assédio moral tão comum no ambiente de trabalho. O “protocolo para prevenção de conflitos no ambiente de trabalho” é um aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho que foi aceito pelo Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Caixa Econômica Federal, HSBC, Safra, Citibank, Bic Banco e Votorantim.

O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcos Henriques informou que o acordo é um avanço para a categoria por dois motivos. Sendo o primeiro porque agora a empresa reconhece a existência da prática de desrespeito ao funcionário em algumas agências, o que anteriormente era inconcebível.

O segundo motivo é que haverá um canal aberto de denúncias e o sindicato terá mais liberdade para agir e cobrar providências. “No Estado há muitos casos de assédio moral principalmente em bancos particulares, mas os públicos também apresentam denúncias e a partir de agora teremos mais abertura para cobrar resoluções”, destaca Henriques.

De acordo com o protocolo, todo trabalhador que se considerar vítima de humilhação, ameaças, sobrecarga e desrespeito podem registrar denúncia diretamente no banco ou por meio do sindicato. Para fazer a denúncia, no entanto, é necessário que o trabalhador se identifique. As denúncias anônimas serão apuradas fora do programa e só o sindicato saberá quem é a vítima. Os casos constatados no Banco do Brasil, que tem um acordo diferenciado, também poderão ser enviados ao Sindicato, que os encaminhará ao banco e cobrará soluções.

O sindicato, afirma Marcos, resolve os casos de maneira amigável, relatando à instituição financeira o problema e pedindo providências. Caso não seja resolvido o assédio e a empresa não punir os responsáveis, o sindicato começa a intervir com paralisações, denúncia na imprensa e auxílio à justiça que pode até indenizar a vítima. As multas aplicadas aos bancos variam, e chegam a R$ 100 mil, R$ 200 mil, por isso, as empresas têm resolvido os casos mais amigavelmente, segundo o sindicalista.

Esse acordo é nacional e foi firmado por 51 sindicatos de trabalhadores ligados à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro/Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (Cotraf/Fetec) e por dez bancos associados à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). E pode ser considerado uma grande conquista devido a luta dos bancários pelos seus direitos que já decorria de muitos anos.

Marcos comentou que, em breve, o sindicato levará aos bancos a identificação de alguns gestores que praticam assédio moral em seus ambientes de trabalho causando transtornos e ferindo a dignidade do trabalhador que é exposto a desrespeito, discriminação, cobrança excessiva quanto ao cumprimento de metas estabelecidas pelas empresas etc.