Adolescente é vítima de bullying em CG

Adolescente de 15 anos sofre agressão em escola estadual de Campina Grande e caso vai parar na Polícia Civil.

As consequências do bullying podem ser danosas para as vítimas, dentro da escola, em casa e na vida em sociedade, provocando desestrutura psicológica, muitas vezes irreversível.

Na manhã da última quarta-feira, um adolescente de 15 anos teria sido agredido por um colega de 13 anos, em uma escola estadual no bairro da Palmeira, em Campina Grande.

Segundo a direção da unidade de ensino, a vítima foi alvo de preconceito racial e não quer mais voltar a estudar na escola. O caso foi parar na Polícia Civil, através de um registro de ocorrência.

O fato aconteceu durante o intervalo das aulas pela manhã, quando acusado da agressão, que faz o 7º ano do Ensino Fundamental, acabou ferindo a vítima no pescoço e orelha com um lápis. Segundo a diretora adjunta da unidade, Maria Elza Moureira, o agredido, que faz o 1º ano do Ensino Médio, contou que tudo aconteceu por ele ser negro. “O fato aconteceu no intervalo das aulas. O menino que foi agredido é muito calmo, estudioso, já o outro é mais indisciplinado. Eu considero esse como o primeiro caso de bullying registrado na escola, algo grave principalmente por ter sido ocasionado através de preconceito racial”, contou.

A mãe da vítima contou que a família mora no bairro do Jeremias e que há muitos anos seus filhos estudam no Estadual da Palmeira. “Não tenho nada pra falar da escola, que por sinal é muito boa, mas meu filho não quer voltar a estudar lá. Ele está com vergonha e tem medo de ser agredido novamente. Acho que por ser ‘moreno’, ele acabou sendo alvo desse colega”, lamentou a mulher.

Segundo a psicóloga Amanda Alencar, depois de passar por uma violência física e, principalmente psicológica, dentro da escola, as consequências podem acabar em baixa autoestima, transtornos emocionais, ansiedade e até mesmo pensamento suicida.

“A vítima de bullying pode, inclusive, perder o interesse pelos estudos, o que vai provocar um fracasso no seu desempenho escolar, se tornando triste, deprimido. Fisicamente ele pode apresentar dificuldades para dormir, além de dores de cabeça”, explicou. Segundo a diretora adjunta da unidade onde aconteceu o fato, a escola pediu a transferência do estudante que teria agredido o colega. A equipe do JORNAL DA PARAÍBA entrou em contato com a família do adolescente que está sendo acusado da agressão, mas ela não quis se pronunciar sobre o assunto.