Por causa da greve de docentes e servidores técnicos da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que já dura quase um mês, o ano letivo da instituição não será finalizado em 2013.
Muitos alunos que deveriam se formar ainda este ano, que fazem parte de pesquisas ou ainda que foram aprovados em concursos e precisam do certificado de conclusão de graduação, estão prejudicados com as paralisações.
O estudante do curso de Direito, Glaubson Tavares, relatou que deveria se formar no final deste ano, mas, sem aula, ele não sabe dizer quando terá o diploma em mãos. “Eu acho que essa greve já ficou desproporcional. Eu sei que é justo o direito à greve, mas existem outros meios de manifestação, sem que os alunos fiquem tão prejudicados. Também temos o nosso direito.
Estamos nos sentindo esquecidos e, além de tudo, a Universidade também tem seu compromisso com a sociedade”, desabafou.
A aluna do 5º período do curso de Comunicação Social, Bruna Morais, contou que só continua em Campina Grande devido a sua participação em pesquisas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), através da bolsa de estudo. “Eu sou do município de Sapé (Zona da Mata paraibana) e só estou aqui por causa das pesquisas, porque aula eu não estou tendo. Antes da greve, o contato com os professores era constante, agora só de 15 em 15 dias para dar andamento à pesquisa”, informou.
O reitor da UEPB, Rangel Júnior, informou, através da Assessoria de Comunicação, que o ano letivo já está prejudicado e só deverá ser concluído em 2014. Segundo o pró-reitor de Ensino e Graduação da UEPB, Eli Brandão, alunos que foram aprovados em concurso público e estão precisando do certificado de antecipação do curso de graduação para apresentar no momento da posse estão sendo prejudicados. “Cerca de 24 alunos já nos procuraram. Alguns conseguiram o documento depois de muita insistência nossa com alguns servidores, que informaram que não prestarão mais o serviço durante a greve. Infelizmente, a situação é complicada”, explicou.
Brandão também disse que a Pró-reitoria de Ensino e Graduação, que normalmente é composta de 33 servidores, conta agora com três efetivos e cinco temporários, quantidade que, segundo ele, é insuficiente para atender às demandas durante a paralisação. “Existem casos de alunos que podem, inclusive, desistir do curso porque são de outra cidade e dependem do transporte escolar oferecido pelo município para vir estudar em Campina. Em julho, quando as outras instituições estiverem em recesso, o transporte provavelmente vai parar e esses alunos não terão como vir estudar”, afirmou.
Por sua vez, a diretora de Comunicação da Associação dos Docentes da UEPB (AduePB), Salete Vidal, informou que não houve nenhuma negociação até ontem. “Faz oito dias que enviamos a pauta de reivindicações e até agora (ontem pela manhã) não houve convocação para uma reunião”, disse.