Aumenta número de casos de calazar na PB

Ano passado foram 28 ocorrências, este ano só em janeiro já são 2 ocorrências em pessoas, e 14 em animais, os principais vetores.

O calazar, também conhecido como leishmaniose, está atacando cada vez mais humanos. Ano passado, o Ministério da Saúde contabilizou na Paraíba 28 ocorrências de pessoas infectadas pela doença. Segundo o Centro de Controle de Zoonoses, 407 cachorros tiveram que ser sacrificados em João Pessoa. Este ano, apenas em janeiro foram dois casos em humanos e 14 confirmados em animais.

O total de pessoas contaminadas pelo calazar no ano passado é superior aos números apresentados pelo Ministério da Saúde em 2010, que totalizaram 23 casos confirmados no Estado. Em todo o Brasil, a soma chegou a 3.526 em 2010 e 3.540 em 2011.

De acordo com o veterinário do Centro de Zoonoses de João Pessoa, Felipe Sobral, a doença age silenciosamente e geralmente é assintomática, o que, para ele, acaba gerando uma série de problema de saúde pública, como falta de controle de casos isolados em residências. “Nem todos os casos de cães contaminados apresentam características identificadoras da doença e isso atrapalha na hora de convencer o dono a praticar a eutanásia no animal, que ainda é a forma recomendada pelo Ministério da Saúde de coibir o avanço da doença”, afirmou.

Os casos de calazar são constatados via espontânea, quando o próprio dono do cachorro o entrega para eutanásea, ou via inquérito canino, quando são realizadas investigações em áreas onde se constatam os maiores focos da doença. “Geralmente a maior incidência de casos está em áreas de matas e onde são construídos novos conjuntos habitacionais, áreas que são o habitat natural do mosquito transmissor”, explicou.

A transmissão da doença se verifica por meio da picada de um mosquito da palha. É uma doença que costuma se desenvolver em cães, podendo ser transmitida ao homem. Comprometendo os órgãos viscerais, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Ao picar o homem sadio, o mosquito inocula formas promastigotas, que levam o calazar, através do sangue, para o fígado, baço e médula óssea, produzindo graves lesões.

A pessoa infectada passa a se sentir febril, cansado, nota um aumento de volume em seu fígado e seu baço. Com a evolução da doença, surgem anemia, hemorragias nasais, gengivais e intestinais, queda dos cabelos entre outros sintomas e sinais. A morte poderá sobrevir por distúrbios respiratórios, circulatórios, etc.