Balanço do Samu mostra que 70% das ligações são trotes em JP

Alto número de trotes para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) continua prejudicando o trabalho dos profissionais.

Do Jornal da Paraíba

O alto número de trotes para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) continua prejudicando o trabalho dos profissionais. Mais que isso. Coloca em risco a vida das pessoas que realmente necessitam da ajuda. No Samu de João Pessoa, segundo o coordenador de Enfermagem, Walber Frazão, 70% das ligações recebidas pelo 192 – diariamente – são trotes. “É um problema que persiste e atrapalha demais o nosso trabalho”, declarou. Os telefones do Samu tocam, em média, 1.100 vezes todos os dias.

Apesar disso, o coordenador explicou que houve redução de aproximadamente 25% na quantidade de trotes nos quais as pessoas ligavam inventando ocorrências. Por outro lado, existe o problema das pessoas que ligam apenas para deixar a linha ocupada. “É clara a intenção de ligar para ocupar a linha, o que impede que pessoas em situação de risco como uma parada cardíaca ou um atentado a bala, deixem de ser atendidas em tempo hábil”, comentou.

No período de férias escolares os trotes aumentam consideravelmente. “Os pais precisam orientar os filhos a não cometer este tipo de ato, que pode custar a vida de alguém”, destacou Frazão. Depois de muito sofrer com a brincadeira de mau gosto, boa parte das ligações falsas são descartadas na triagem do atendimento. “A experiência adquirida ao longo do tempo permitiu que o Samu descobrisse que determinada ligação era trote”, disse.

O problema não se restringe ao Samu. No Centro Integrado de Operações Policiais (Ciop), só nos três primeiros meses deste ano, das 187.728 ligações recebidas, 86,5% (162.443), foram trotes, segundo levantamento disponibilizado pela Polícia Militar.

Segundo o capitão Pedro, que faz o acompanhamento, a maioria das chamadas acontece no horário das 12h às 18h. “No horário compreendido entre a meia-noite e as 6h acontece o maior aproveitamento das ligações se convertendo em ocorrências”, finalizou o capitão Pedro.