Bebê com doença cardíaca peregrina por vaga em UTI

Recém-nascido com problema congênito no coração foi internado em enfermaria por falta de UTI-neonatal em Campina Grande.

Os pais de um bebê que tem apenas 45 dias de vida passaram por momentos difíceis na tarde da última segunda-feira, quando precisaram internar o filho, com problemas cardíacos, em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para crianças e não conseguiram vaga em nenhum dos três hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) procurados em Campina Grande. Por falta de leito nas UTIs neonatais, a criança ficou internada na enfermaria infantil de um desses hospitais e só conseguiu uma vaga em uma UTI na tarde de ontem.

De acordo com o pai do menino, Eraildo Costa, o pequeno Jaime Luna foi diagnosticado com uma má formação cardíaca ainda na barriga da mãe, durante o pré-natal. Devido à gravidade da doença, a gravidez foi acompanhada em Recife, no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), onde o parto foi realizado.

Depois que nasceu, o bebê passou 18 dias internado na UTI do instituto. Quando a criança recebeu alta, os pais retornaram para a cidade de Queimadas, onde moram. Para se curar da doença, o bebê precisará realizar uma cirurgia, que deverá ser feita no Imip quando a criança completar 6 meses de vida, devido à complexidade do procedimento.

“Procurei o posto de saúde para que o encaminhamento fosse feito ao Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), que é o único que dispõe de um cardiologista especializado em pediatria. Já dei entrada nos procedimentos e estou aguardando uma resposta, mas, infelizmente, ele passou mal e nós o levamos para o HUAC que não aceitou o paciente, alegando que ele precisaria ter sido encaminhado de outra unidade”, explicou.

Depois do HUAC, a família levou a criança, que estava com a barriga inchada e sem se alimentar, para o Hospital da Clipsi.

Lá, a pediatra de plantão atendeu o bebê, mas informou que não havia vaga na UTI. “A médica viu que ele estava com a pressão alta e ficando roxo com frequência e tentou conseguir vaga no Hospital da FAP onde também não havia leito disponível”, relatou, acrescentando que a solução foi a internação do bebê na enfermaria infantil da Clipsi.

Ao falar sobre o assunto, a diretora do HUAC, Berenice Ferreira, disse que a criança não foi internada inicialmente na unidade porque é um procedimento padrão só receber pacientes encaminhados de postos de saúde ou outros hospitais.

Já o administrador geral da Clipsi, Saulo Roberto, informou que o bebê e sua família receberam toda a assistência necessária para que não precisassem peregrinar pelos hospitais da cidade. No caso do Hospital da FAP, nenhum membro da diretoria foi localizado pelo JORNAL DA PARAÍBA para falar sobre o assunto.