A campanha de imunização contra o sarampo, que terminou na última sexta-feira em cinco cidades da Grande João Pessoa, não atingiu a meta estipulada. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), apenas 47% das 70.747 crianças entre seis meses e cinco anos da Paraíba foram imunizadas, o equivalente a 33.251. A meta era vacinar 95% das crianças dos municípios de Conde, Cabedelo, Santa Rita, Bayeux e da capital.

Segundo dados da SES, João Pessoa foi a cidade que menos imunizou as suas crianças durante a campanha do Ministério da Saúde. Na capital, apenas 37,87% das crianças foram imunizadas. Em segundo lugar está o município de Cabedelo, com 61,80%. Bayeux vacinou 58,87% das suas crianças enquanto Santa Rita chegou à meta de 68,68%. Em primeiro lugar ficou o Conde, com 98,82% das crianças imunizadas.

Para garantir a realização da campanha de intensificação do controle da doença, o Ministério da Saúde repassou, para os cinco municípios que aderiram à campanha no Estado, o total de R$ 420,8 mil. Apesar do repasse, os números de vacinações da maioria dos municípios ficaram abaixo da média.

De acordo com a chefe do setor de imunização da Secretaria de Saúde de João Pessoa, Chiara Dantas, ainda não foi contabilizado o número total de vacinações da capital, por isso os números são tão alarmantes. “As planilhas chegaram ontem à tarde e ainda não foi contabilizado tudo, mas acreditamos que na capital a vacinação atingiu de 60% a 70% do esperado”, disse.

Na capital, a expectativa era de vacinar aproximadamente 46 mil crianças. Destas, apenas cerca de 20 mil foram imunizadas.

“A gente teve apenas 20 dias para realizar a campanha, foi muito rápido, mas nós tivemos uma boa adesão. Apesar disso, orientamos que os pais não podem esquecer que esse era apenas um reforço, a vacina contra o sarampo já faz parte do calendário de vacinação de rotina”, explicou.

Segundo a assessoria de imprensa da SES, alguns municípios ainda não atualizaram o total de vacinações no sistema e, por isso, os dados ainda são tão baixos. Apesar dos números abaixo da meta, não haverá uma prorrogação da campanha, tendo em vista que ela foi feita de forma emergencial para evitar a inserção do vírus da doença no Estado.

Somente este ano, 15 casos suspeitos da doença foram notificados em toda a Paraíba, porém, após exames laboratoriais, todos os casos foram descartados. De janeiro de 2013 até o final do mês passado, foram notificados no Estado 126 casos de sarampo. Destes, apenas seis foram confirmados, conforme explicou Daniel Batista, gerente da Vigilância Epidemiológica da SES.

“Neste ano, nenhum dos casos suspeitos foi confirmado, o que indica que não há um surto no Estado. Apenas um caso confirmado já indica um surto da doença, devido à capacidade de transmissão dela, mas aqui não tivemos nenhum desde junho do ano passado”, explicou.

De acordo com o gerente, a campanha chegou às cidades da Paraíba devido aos surtos da doença nos Estados de Pernambuco e Ceará. Apesar de não haver um surto no Estado, o gerente alerta para a importância de manter o calendário vacinal das crianças em dia.

A imunização é oferecida gratuitamente em todos os Postos de Saúde da Família (PSF) do Estado para crianças a partir de um ano de idade. A segunda dose da vacina é dada três meses após a primeira dose.

HPV: PRIMEIRA DOSE

Continua em todo o Estado a campanha de vacinação contra o Papiloma Vírus Humano (HPV). A ação, que teve início no dia 10 deste mês, até agora imunizou apenas 13,53% das 104.710 meninas de 11 a 13 anos de todo o Estado, o equivalente a 14.163 meninas até o início da tarde de ontem. A campanha vai até o dia 4 de abril nas escolas e depois entra de forma fixa ao calendário vacinal dos Postos de Saúde da Família (PSFs).

Na capital, até agora, 1.200 meninas foram imunizadas, apenas uma pequena parcela do total, 17.450. Dados foram repassados pelo setor de imunização da Secretaria Municipal de Saúde (SMS)

A chefe do setor de imunização da SMS, Chiara Dantas, explicou que os números ainda são baixos devido à estratégia pensada para uma maior adesão. “A gente pensou em começar pelas escolas para ter uma maior adesão. Então é devagar porque temos um agendamento de sete escolas por dia, em que equipes de quatro pessoas vão imunizar as meninas”, explicou.

O trabalho que está sendo feito aos poucos pretende ser, também, uma estratégia de inserção de mais uma vacina no calendário fixo dos PSFs, de acordo com Chiara. “Essa não é só mais uma campanha de vacinação, mas estamos fazendo a introdução da vacina contra o HPV no calendário de vacinação de rotina”, afirmou.

A primeira dose da vacina está sendo oferecida nas escolas da rede municipal e estadual da Paraíba. Além disso, quem não tiver a oportunidade de se imunizar nas unidades de ensino pode se dirigir aos PSFs. A segunda dose será aplicada em setembro e a terceira após cinco anos.