155 anos de Campina Grande: O que a cidade tem a comemorar?

Jornal da Paraíba conversou com personagens da cidade para saber como elas vêem a Rainha da Borborema.

Casal de turistas visitou a Catedral de Campina Grande. / Foto: Bruna Couto – Jornal da Paraíba
Casal de turistas visitou a Catedral de Campina Grande. (Foto: Bruna Couto)
Casal de turistas visitou a Catedral de Campina Grande. (Foto: Bruna Couto)

“Com licença, moça. Você poderia me ajudar a encontrar lojas de artesanato?”. Foi com essa pergunta que seu José Antenor Nóbrega me parou no centro de Campina Grande, em meados de setembro. Acompanhado de sua esposa, que posteriormente se apresentou como Maria de Fátima Nóbrega, o senhor de sotaque diferente me chamou atenção. Afinal, normalmente só se encontra turista pedindo informações pelas ruas de Campina entre os meses de junho e julho, quando acontece o Maior São João do Mundo na cidade.

Mas seu José e dona Maria estavam ali, parados, em frente à Catedral Diocesana Nossa Senhora da Conceição, um dos cartões postais de Campina Grande, prestando atenção no frenesi, que é tão atípico para uma cidade de interior e, normalmente, passa despercebido no dia a dia do campinense.

Nos seguintes minutos de conversa, entendi porque o casal estava perdido. Acontece que eles são “cariocas da gema”, nascidos e criados no Rio de Janeiro, e vieram à Campina Grande pelo desejo de conhecer a cidade de parentes distantes e cultura tipicamente nordestina. Seu José fez questão de agradecer pela hospitalidade, disse estar “absolutamente encantado” por tudo que tinha visto até então, e afirmou que Campina é a cara dos anos que estão por vir.

“Estou surpreso porque a cidade é pequena, mas está sendo projetada de uma maneira grandiosa. Em termos de arquitetura e acolhimento, tudo parece ser muito organizado. Vocês têm priorizado o futuro, e eu estou muito feliz por ver isso de perto”, comentou seu José.

Um outro olhar sobre Campina Grande

Entretanto, ao passo em que o casal de turistas se atenta para os aspectos positivos da cidade, algumas pessoas que moram em Campina se mostram insatisfeitas com a realidade do local em que vivem. Absorvi a contradição de opiniões e passei a refletir sobre o que temos para comemorar em mais um aniversário de Campina Grande na sexta-feira (11).

Em 2019, a cidade completa 155 anos de emancipação política, e ao longo de sua história, foi pioneira na economia, na política e, consequentemente no desenvolvimento paraibano. Campina cresceu e impulsionou ao crescimento de importantes personagens da cultura e da ciência brasileiras. Se tornou palco de uma das maiores festas do país, o Maior São João do Mundo, e ajuda a escrever todos os dias milhares de histórias de pessoas que nem sempre nasceram em Campina Grande, mas se consideram filhos da cidade.

Por tudo isso, decidi questionar personagens de áreas importantes ao desenvolvimento de Campina Grande para entender e explicar aos leitores do Jornal da Paraíba o que a população campinense tem para comemorar no seu aniversário de 155 anos. Pilares importantes, como economia, ciência e mobilidade urbana, serão destrinchados em reportagens à luz da opinião de pessoas comuns, especialistas e autoridades nos assuntos. Um contraponto entre o passado e o futuro, levando em conta o que tem acontecido no âmbito dos 155 anos da Rainha da Borborema.

* Bruna Couto é aluna de jornalismo na Universidade Estadual da Paraíba e estagiária do Jornal da Paraíba. Esta série de reportagens foi produzida sob orientação de Aline Oliveira