Cantor Belchior morre ao 70 anos no Rio Grande do Sul

Corpo do artista será levado para seputamento em Sobral, no Ceará. 

O cantor e compositor Belchior morreu neste domingo (30), em Santa Cruz do Rio Grande do Sul, aos 70 anos. O corpo do artista deverá ser levado ao Ceará ainda hoje, onde ocorrerá o sepultamento em Sobral, cidade em que o artista nasceu. O governo do Ceará decretou luto oficial de três dias pela morte de Belchior.

Em nota, o governador, Camilo Santana, reconheceu a importância de  Belchior para a música brasileira. "Recebi com profundo pesar a notícia da morte do cantor e compositor cearense Belchior. Nascido em Sobral, foi um ícone da Música Popular Brasileira e um dos primeiros cantores nordestinos de MPB a se destacar no País, com mais de 20 discos gravados. O povo cearense enaltece sua história, agradece imensamente por tudo que fez e pelo legado que deixa para a arte do nosso Ceará. Que Deus conforte a família, amigos e fãs de Belchior. O Governo do Estado decretou luto oficial de três dias.

Sumido dos holofotes, o artista não se apresentava em João Pessoa desde 2006, quando participou das comemorações dos 421 anos de fundação da cidade de João Pessoa e inauguração oficial da iluminação da Via Oeste, realizada pela Prefeitura de João Pessoa. 

Dois anos mais tarde ele resolveu abandonar os palcos e seu desaparecimento virou um mito devido a falta de explicações para o motivo. Belchior chegou a ser procurado pela polícia em 2012 devido a uma dívida, à época, de US$ 15 mil em um hotel na cidade de Artigas, no Uruguai, por seis meses de diárias. No fim daquele ano, em meio à polêmica, foi visto em Porto Alegre por uma equipe do Fantástico, mas não quis gravar entrevista.

Sobre o artista

Natural do Ceará, Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes tem 23 discos lançados. Na infância, chegou a ser cantador e poeta repentista em feiras livres da cidade. Atuou como programador musical de rádio em sua cidade natal até ingressar no curso de Medicina.

O artista fez fama nos anos 1970 com álbuns como Alucinação (1976), que conta com clássicos como Velha roupa colorida, Como nossos pais, A palo seco e Alucinação. O músico é da mesma geração de outros artistas nordestinos como Raimundo Fagner, também cearense. Nos últimos anos, no entanto, Belchior ficou recluso, se ausentando dos palcos há mais de sete anos.

Ano passado, a Universal Music relançou uma caixa comemorativa aos 70 anos do artista, intitulada "Três tons de Belchior".