Após mais de 3 anos da morte da então defensora pública geral da Paraíba, Fátima Lopes, está marcado para acontecer, 9h de hoje, no 2º Tribunal do Júri, em João Pessoa, o julgamento de Eduardo Henriques Paredes do Amaral, acusado de ter provocado o acidente fatal. Pelo menos quatro testemunhas de acusação foram intimadas pela promotoria, sendo duas delas consideradas chave para condenação do réu.
Uma mulher e um homem que estavam na caminhoneta com Eduardo Paredes, quando ele teria avançado o sinal vermelho e atingido o veículo da defensora, vão testemunhar no julgamento.
Conforme o promotor do caso, Edjacir Luna, as testemunhas revelaram que o réu trafegava a mais de 100 km na avenida Epitácio Pessoa e que antes de provocar o acidente em que faleceu Fátima Lopes, quase teria atropelado uma outra pessoa na mesma avenida.
“Umas 5h da manhã eles estavam no carro com o Eduardo e pediam até pelo amor de Deus para que ele reduzisse a velocidade, mas ele, estimulado pelo álcool, continuava a mais de 100 km”, relatou Edjacir Luna.
Não há previsão para o tempo de duração do julgamento, e os jurados serão sorteados na hora do julgamento.
“O perfil dele é de quem usa automóvel como uma metralhadora, como um revólver, uma faca peixeira. Nessa direção perigosa ele já matou duas pessoas e feriu outra gravemente. Espero que a sociedade reconheça a culpa, até porque ele é reincidente em caso de homicídio, depois da Fátima Lopes ele cometeu outro homicídio”, frisou o promotor Edjacir Luna.
O julgamento estava programa para ocorrer no último dia 12, mas foi adiado após o então advogado de defesa, Abrão Beltrão, ter apresentado renúncia de mandado de defesa. O julgamento já havia sido adiado outras duas vezes, conforme o promotor, em virtude de manobras da defesa do réu. “Eu acredito que não há mais como manobrar, mas se o réu não apresentar um advogado particular, será designado um defensor público, e este poderá alegar que precisa analisar o processo antes de fazer a defesa, havendo então o adiamento”, afirmou Edjacir Luna.
Eduardo Paredes será julgado hoje pelo homicídio doloso de Fátima Lopes e por tentativa de homicídio contra Carlos Martinho de Vasconcelos, marido da defensora. A expectativa da família da vítima é que o júri popular de fato ocorra e que o acusado seja condenado por homicídio doloso. “Toda vez que é marcado o julgamento nós dizemos que nossa expectativa é a melhor possível, mas quando chega a hora, por alguma manobra da defesa, o júri acaba não acontecendo. Mas nós temos a esperança que a Justiça será feita”, destacou Ana Carla Lopes, filha de Fátima Lopes. O promotor Edjacir Luna assegurou que vai cobrar a pena máxima para Eduardo Paredes, que pode chegar a 30 anos.
SEM CONTATO
O advogado Eduardo Diletiere Costa Campos é o novo responsável pela defesa do psicólogo, mas não foi localizado para falar sobre o julgamento.
