Catadores cobram a coleta seletiva

Catadores realizaram protesto na frente do aterro; prefeitura diz que planejamento para implantar coleta seletiva está sendo elaborado.

Impedidos de fazer a coleta seletiva do lixo produzido por Campina Grande, catadores protestaram, na manhã de ontem, em frente ao novo aterro sanitário da cidade, no distrito de Catolé de Boa Vista. Eles queimaram pneus e impediram a entrada dos caminhões para reivindicar que a prefeitura permita que eles explorem o lixo levado para o aterro. Os catadores reciclavam os resíduos no antigo ‘lixão do Mutirão’, mas após a mudança de destinação do lixo para o aterro de Puxinanã, no Agreste da Paraíba, no ano de 2012 ficaram impedidos de fazer a coleta.

Conforme a assistente social e coordenadora do projeto ‘Cooperar para melhor coletar’, Mary Alves, o pedido dos trabalhadores é sustentável e deve ser atendido pelo município. “Em relação à política nacional de resíduos sólidos, o modelo de gestão do lixo de Campina Grande está inadequado. Tem que haver a inclusão socioeconômica dos catadores, para que eles recebam os materiais recicláveis e reaproveitáveis. Precisa ter ações efetivas e rápidas para que esse problema seja solucionado”, comentou.

O advogado da empresa responsável pela administração do aterro sanitário, a Ecosolo, Daniel Sitônio, informou que o aterro tem licença de operação emitido pela Superintendência do Meio Ambiente (Sudema), portanto atende às exigências ambientais. “Temos a licença de operação, então do ponto de vista ambiental estamos cumprindo as exigências. Já essa questão da exploração do lixo é uma reivindicação para a prefeitura. A Ecosolo, no entanto, é uma empresa privada que apenas administra o aterro, essa iniciativa deve partir da prefeitura”, informou o advogado. A licença de operação do aterro sanitário do distrito de Catolé de Boa Vista foi expedida pela Sudema e tem validade até o dia 15 de abril de 2017.

O secretário de serviços urbanos e meio ambiente de Campina Grande, Geraldo Nobre, informou que o município possui um plano de resíduos sólidos que inclui a coleta seletiva. No entanto, a atividade depende de outras variáveis para entrar em operação. “Para a coleta seletiva precisamos de recursos, não é todo município que tem condições de fazer. Precisamos de equipamentos e planejamento e isso está sendo elaborado, mas não é só chegar e dizer que vai fazer”, afirmou Nobre.

Desde a semana passada o lixo de Campina Grande está sendo depositado no aterro do distrito de Catolé de Boa Vista, na zona rural do município, porque o aterro de Puxinanã foi interditado pela prefeitura que alegou irregularidades no local.