CG registra quase 1,5 mil homicídios em 10 anos

Nos últimos 10 anos, o mais violento foi o de 2010, quando foram assassinadas 196 pessoas e o que teve menos homicídios foi o de 2005, com 113 mortes.

Entre janeiro de 2005 a dezembro de 2014, polícia contabilizou 1.497 assassinatos Acertos de contas, vinganças, latrocínios, balas perdidas. São várias as histórias e os motivos que fizeram quase 1,5 mil pessoas serem assassinadas em Campina Grande nos últimos 10 anos. Ao todo foram registrados 1.497 homicídios entre janeiro de 2005 e dezembro de 2014. Os dados são da 10ª Delegacia Seccional de Polícia Civil (DSPC). Em 2014, foram registrados 153 homicídios, 18,6% a menos que 2013.

Nos últimos 10 anos, o mais violento foi o de 2010, quando foram assassinadas 196 pessoas e o que teve menos homicídios foi o de 2005, quando ocorreram 113 mortes. O mês mais violento dos últimos 10 anos foi o de janeiro de 2013, quando foram registrados 26 homicídios em 31 dias. Já o mês menos violento nessa década foi o de agosto do ano de 2009. No período, foram registrados quatro homicídios.

Em 2013, a Delegacia de Homicídios de Campina Grande registrou 188 homicídios. Deste total 172 foram homens e 16 mulheres. Os crimes de morte contra as mulheres reduziram 62,5%, caindo para seis em 2014. Enquanto o número de homicídios reduz, as prisões de acusados deste crime estão aumentando.

PRISÕES
Em 2014, a Delegacia de Homicídios de Campina Grande prendeu quase o dobro de acusados a mais que no ano de 2013, registrando um aumento de 95,1% no número de prisões. Em 2013 foram 82 presos e em 2014 mais 160, todos acusados de homicídios.

As armas de fogo ainda são as ferramentas mais usadas nos crimes de homicídios. Somente em 2014, entre janeiro e novembro, dos 143 assassinatos, 116 foram com arma de fogo, 13 com arma branca, seis por meio de espancamento, um por pauladas, dois por pedradas e um caso de carbonização. Os outros três crimes não tiveram os motivos da morte esclarecidos.

No ano de 2013, entre os 188 assassinatos registrados, 151 foram com arma de fogo, 22 com arma branca, cinco por espancamento, quatro com pedradas, dois por pauladas, um por carbonização. Os outros dois não foram identificados.

POLÍCIA AVALIA NÚMEROS
A delegada titular de Homicídios de Campina, Maíra Roberta, destacou que os resultados positivos são reflexo de um trabalho árduo das equipes, lideradas por ela e os delegados Antônio Lopes, Francisco de Assis e Tatiana Matos. “Temos em Campina Grande quatro equipes de investigação para crimes de homicídios. O crime de homicídio é o mais prejudicial à sociedade, pois trata da vida. Ele é também o mais difícil de se investigar. Mas não medimos esforços. Estes dados servem para mostrar à sociedade que os crimes não ficam impunes e também aos acusados que estamos correndo atrás, para prendê-los”, disse.

MORTE DE SÓCIOS TEM MAIOR REPERCUSSÃO
As seis mulheres assassinadas no ano passado, em Campina Grande, foram Maria Lúcia Sant’Ana Pereira, em março, Maria Socorro Lisboa, em abril, Sarah Evelyn em outubro, Ana Paula em novembro e mais outras duas que foram mortas em maio e julho de 2014. Até hoje, elas não foram identificadas pela Polícia Civil.

A primeira mulher vítima de homicídio no ano de 2014, em Campina Grande, foi Maria Lúcia Sant’ana Pereira 42 anos. Ela e o marido, Washington Luiz Alves Menezes, foram assassinados a tiros no dia 29 de março, quando estavam saindo de uma festa de casamento, no bairro do Catolé. O casal foi abordado por um homem que já chegou atirando. Um vigilante que estava na rua ainda foi baleado, mas sobreviveu.

REPERCUSSÃO
O caso gerou repercussão nacional, pois o noivo do casamento, cujo casal morto era padrinho, está sendo apontado como o principal suspeito de ser o mandante do crime. O acusado Nelsivan Marques e o empresário Washington tinham uma sociedade e eram donos de uma faculdade particular em Campina Grande. Para a Polícia Civil, o noivo queria matar o sócio para ficar como único dono da empresa.

O crime foi elucidado pela Polícia Civil após 79 dias de investigação, quando deflagrou a operação Iscariotes, no dia 17 de julho de 2014. Além de Nelsivan Maques, foram presos acusados de participarem do crime, Franciclécio de Farias Rodrigues, Gilmar Barreto da Silva, Maria Gorete Alves, Aleff Sampaio dos Santos e Samuel Alves de Souza, acusado de ser o executor do crime, segundo o inquérito da Polícia Civil. Um outro acusado, identificado apenas como Rafael, ainda está foragido. (Especial para o Jornal da Paraíba)