CG tem cinco mil crianças expostas ao trabalho infantil

Alunos de 20 escolas da rede municipal de ensino realizaram um abraço simbólico ao Parque da Criança.

A troca das salas de aula pelas ruas, exploração e vulnerabilidade social. Esses são alguns dos problemas comuns à realidade de cerca de cinco mil crianças e adolescentes expostos ao trabalho infantil em Campina Grande, segundo o procurador do Trabalho, Marcos Antônio Almeida. A fim de sensibilizar e chamar a atenção das pessoas para a discussão dessa temática, alunos de 20 escolas da rede municipal de ensino realizaram um abraço simbólico ao Parque da Criança na manhã de ontem, em alusão ao Dia Internacional de Combate ao Trabalho Infantil.

Os alunos formaram uma grande roda no Parque da Criança, simbolizando o abraço em um ato de enfrentamento e repulsa ao trabalho infantil. Nas mãos eles possuíam um catavento, que é o símbolo mundial do combate à exploração de crianças e adolescentes, enquanto no fardamento escolar estava estampado o slogan: “Trabalho infantil? Tô fora… tô na escola!”, desenvolvido em parceria com o Ministério do Trabalho. Na ocasião houve também a entrega dos prêmios aos três primeiros colocados do Concurso de Redação, que teve como tema “Combate ao Trabalho Infantil”, seguido de apresentações culturais.

A estudante do 5º ano da escola Ceai João Pereira de Assis, no bairro do Catolé, Ana Carolina de Sousa, 10 anos, foi escolhida como a autora do melhor texto e ganhou um notebook. “Eu fiquei muito feliz quando soube que minha redação tinha ganhado em primeiro lugar”, comentou. Já as estudantes que ficaram em segundo e terceiro lugar são das escolas Cícero Correia de Menezes, no distrito de Galante e Mariinha Borborema, nas Três Irmãs. Elas ganharam um tablet e uma câmera fotográfica, respectivamente.

Representantes da Secretaria de Educação, Saúde e Ação Social marcaram presença no evento, bem como o procurador do Trabalho Marcos Antônio Almeida e o juiz da Vara da Infância e Juventude de Campina Grande, Max França. Todos eles reforçaram a necessidade de combater o trabalho infantil e de promover ações educativas com essa finalidade.

Para a secretária municipal de Educação, Iolanda Barbosa, esse ato foi importante para conscientizar a população sobre o valor da educação e também para alertar as pessoas que o enfrentamento ao trabalho infantil deve ser constante. “Todo dia é dia de combate ao trabalho infantil. Quando há criança fora da escola é porque há um indício de trabalho infantil. Com o primeiro plano municipal de educação aprovado essa semana na Câmara de Vereadores, foram postas políticas integradas para garantir o direito dos alunos e ao final de uma década possamos ter indicadores muito mais positivos de proteção à criança e ao adolescente”, pontuou.

O procurador Marcos Almeida acrescentou que “é preciso implementar medidas repressivas e práticas de punição para exemplar aqueles que ainda insistem em cometer a exploração do trabalho infantil. Esse é um problema de tamanha dimensão e complexidade que só vai ser resolvido com medidas de natureza preventiva, a exemplo da inclusão da temática do trabalho infantil dentro da sala de aula, para que os alunos possam formar uma consciência cidadã em relação a esse tema e os prejuízos físicos, morais, intelectuais e sociais decorrentes da exploração do trabalho de crianças e adolescente”.