Cooperativa deixa de atender no Trauma

Apesar da saída de 48 anestesiologistas, diretor do hospital garante que serviços de urgência e emergência não serão descontinuados.

Os médicos da Cooperativa dos Anestesiologistas da Paraíba (Coopanest-PB) deixaram de prestar atendimento no Hospital de Trauma de João Pessoa. Conforme informações do presidente da entidade, Azuil Vieira, o contrato com o hospital foi encerrado ontem por força de decisão judicial contra a qual não cabe recurso e devido a cooperativa ter sofrido multa superior a R$ 1 milhão.

O diretor do Trauma, Edvan Benevides, explicou que apesar da recisão do contrato e do desligamento dos 48 anestesiologistas da Coopanest, os atendimentos de urgência e emergência não sofrerão descontinuidade e as cirurgias eletivas estão mantidas. Contudo, serão priorizados os atendimentos em que os pacientes correm risco de morte.

A saída dos anestesiologistas da Coopanest do Hospital de Trauma acontece após ação civil pública já transitada e julgada, contra a qual não cabe apelação, movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em 2006 e que determinou o fim do contrato com cooperativas médicas e a rede pública estadual de saúde bem como aplicação de multa no caso de descumprimento da decisão judicial.

O prazo para manutenção dos contratos se encerrou em 19 de dezembro do ano passado. Já este ano, no início de abril, em mais uma reunião na sede do MPT, em João Pessoa, com representantes das cooperativas médicas, o secretário de Estado da Saúde, Waldson de Sousa, além da direção do Hospital de Trauma e assessoria jurídica, os médicos da Coopanest comunicaram a decisão da saída da unidade hospitalar.

“Comunicamos, no dia 4 de abril deste ano, que no dia 10 de junho (ontem) iríamos rescindir o contrato com o Hospital de Trauma. Notificamos em tempo hábil, com mais de um mês de antecedência, as autoridades que prestação de serviços no Trauma seria encerrada porque já havíamos sofrido multa superior a R$ 1 milhão e corríamos o risco de ter esta pena agravada. Foram devidamente informados os Ministérios Públicos do Estado, Federal, do Trabalho além da Secretaria de Estado da Saúde e a Cruz Vermelha”, explicou Azuil Vieira.

Segundo o presidente da Coopanest, de segunda a quinta-feira, diariamente 11 médicos anestesiologistas da cooperativa atuavam no Trauma. Já de sexta-feira ao domingo, o efetivo era de 12 profissionais (seis durante o turno do dia e outros seis a noite).

Por sua vez, o diretor do Trauma explicou que, com a saída dos anestesiologistas da Coopanest, está procurando reestruturar a escala de trabalho. “As cirurgias eletivas estão mantidas, mas está sendo priorizado as cirurgias de urgência e emergência”, afirmou Edvan Benevides. Para readequar o quadro de profissionais, ele informou que contratou dois profissionais do Rio de Janeiro e outros três anestesiologistas com contratos individuais. As unidades de Recuperação Anestésica, a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e o bloco cirúrgico contam com profissionais durante 24 horas.