A Polícia Militar da Paraíba suspeita que o estudante universitário Adimilson Dutra dos Santos Neto, 20 anos, estava embriagado no momento do acidente que envolveu ele e o chefe da Casa Militar do Estado, o coronel Fernando Antônio Soares Chaves, 49 anos. Os carros conduzidos pelas duas vítimas bateram de frente na BR-230 e elas morreram. O acidente aconteceu na madrugada de ontem no Sertão paraibano. Adimilson estudava computação no campus VII da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Patos.
Conforme as informações do tenente-coronel Cunha Rolim, da cidade de Patos, a Polícia Militar recebeu informações de que Adimilson participou de uma bebedeira, na noite da terça-feira, em um posto de combustível na saída de Patos. “Algumas pessoas nos informaram que ele teria passado essa noite bebendo com os amigos e que inclusive teria deixado o posto em alta velocidade pela rodovia”, disse o militar
Segundo o assistente administrativo do Núcleo de Medicina e Odontologia Legal de Patos (Numol-Patos), Edvan Luiz, foram coletadas amostras de sangue das duas vítimas, que serão examinadas para saber se havia ou não alcoolemia. “Este é um procedimento padrão que é feito em todos os casos. O resultado pode demorar de 10 até 30 dias, pois em alguns casos as amostras são enviadas para São Paulo, onde é feita uma análise mais aprofundada”, disse.
O acidente aconteceu por volta da 1h de ontem, no quilômetro 344 da rodovia federal BR-230, entre as cidades de Patos e o distrito de Santa Gertrudes. De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o estudante trafegava em um veículo Siena prata de placas KVO-2411 no sentido Litoral-Sertão e teria invadido a contramão, batendo de frente com o carro do coronel, uma SW4 preta e placas OGC-2328, que vinha no sentido oposto.
O impacto da batida foi tão forte, que os dois veículos tiveram perda total e o corpo do estudante foi arremessado para fora do veículo, ficando a cerca de dez metros. Segundo informações de amigos, o coronel Chaves tinha participado de uma reunião maçônica na cidade de Sousa, na mesma região, e vinha com destino à cidade de Patos, onde participaria ontem da solenidade de troca de comando da Companhia de Policiamento Regional II.
Conforme o agente da PRF Amauri Bonfim, levantamentos preliminares feitos no local do acidente apontam que o veículo Siena invadiu a faixa contrária batendo de frente com o carro do coronel, porém a informação deverá ser confirmada no prazo de sete dias. “Foi feita a perícia e agora os dados serão analisados. Por enquanto só temos esse relatório prévio”, disse o agente.
LUTO
Na manhã de ontem, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, emitiu uma nota de pesar, lamentando a morte do coronel e decretando três dias de luto oficial em todo o Estado. O corpo do coronel foi velado na tarde de ontem no Palácio da Redenção até o final da tarde, quando seguiu para o cemitério Parque das Acácias. O sepultamento deverá ocorrer na tarde de hoje, mas ainda não tem horário definido, já que a família aguarda o filho do coronel, que estava fora do país.
29 ANOS DE CARREIRA
O coronel Fernando Antônio Soares Chaves tinha 49 anos, era casado e possuía dois filhos. Além de policial, ele era bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O coronel ingressou na Polícia Militar em 1985, como aspirante na PM do Estado de Goiás.
Coronel Chaves comandou vários Batalhões e Companhias em João Pessoa e no Sertão paraibano. Entre 1997 e 2001 foi chefe da Assessoria Militar da Presidência da Assembleia Legislativa da Paraíba. Do ano de 2003 até 2005, exerceu a função de chefe da Assessoria Militar da Procuradoria de Justiça do Ministério Público da Paraíba. Desde 2011 ele exercia o cargo de secretário-chefe da Casa Militar do Governador da Paraíba.
