Foram afastadas do convívio familiar e estão sob os cuidados do Conselho Tutelar de João Pessoa duas crianças, uma menina de 9 anos e um menino de 2, que teriam sido vítimas de um suposto caso de rapto na capital.
Após denúncia da mãe das crianças, na última segunda-feira, alegando que seus filhos haviam sido raptados por uma missionária, vizinha da família, a titular da Delegacia de Crimes Contra a Infância, delegada Joana D’Arc, decidiu encaminhar o caso para os conselheiros e solicitar, ainda, um exame de conjunção carnal para averiguar se as crianças teriam sofrido algum tipo de abuso. A missionária alvo da denúncia foi ouvida e negou a falta de consentimento. Ela foi liberada pela polícia ainda na noite de segunda-feira.
Conforme Joana D’Arc, a decisão pelo afastamento da mãe, Daniela Barbosa de Lira, foi porque as duas crianças apresentaram um comportamento que precisa ser averiguado e acompanhado pelos conselheiros tutelares. Ainda conforme a delegada, a situação da família requer cuidados, e além das duas crianças, Daniela teria outros três filhos, que ficam aos cuidados dos avós. Segundo levantamento, a mãe não apresentou documentos pessoais e o menino de 2 anos ainda não foi registrado.
Em depoimento à delegada, a mãe das crianças disse que havia deixado os filhos na casa da vizinha, Maria das Graças Assis, para poder trabalhar, no dia 28 de dezembro de 2012. No mesmo dia, a mãe teria telefonado para a vizinha para saber dos filhos, mas não teria conseguido completar a ligação porque o aparelho sinalizava desligado. “Fui dormir, quando acordei fui até a casa dela e nada. A janela estava aberta, mas ninguém aparecia. No dia seguinte, a mesma coisa”, afirma.
Três dias depois, Maria das Graças entrou em contato para dizer que estava viajando com as crianças e que voltaria logo. A mãe levou o caso à polícia na noite da última segunda-feira e o Serviço de Inteligência do 5º Batalhão de Polícia Militar (5º BPM) localizou a vizinha e as crianças em um sítio na cidade de São Bento, no Sertão.
No caminho do sítio, o pastor da cidade tomou conhecimento da presença da Polícia Militar, e Maria das Graças Assis foi apresentada ao Conselho Tutelar. Na delegacia, a vizinha disse que levou as crianças para passear com autorização verbal da mãe. Porém, a mãe nega o consentimento e disse que a viagem não foi autorizada.
