Depredações deixam sítios arqueológicos do Estado em risco

Pesquisador afirma que existem cerca de 2 mil sítios na Paraíba, mas apenas 500 são mapeados. Conforme ele, problemas são causados por falta de investimentos.

Uma ferramenta de pedra lascada, uma pintura, uma sepultura, a escrita e até mesmo a simples marca de passos. Os vestígios deixados por povos e civilizações que viveram no território paraibano correm risco de desaparecer em razão da ação depredatória do homem e da falta de investimentos para pesquisas e conservação dos sítios arqueológicos localizados no Estado.

A afirmação é do professor Juvandir Sousa Santos, arqueólogo e coordenador do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e pode ser verificada ao visitar esses locais.

Conforme o pesquisador, há em torno de 2 mil sítios arqueológicos no Estado, no entanto, apenas 500 foram mapeados, e isso decorre da falta de recursos do setor. “Nós não temos mais dinheiro para dar continuidade a esse mapeamento, faltam recursos”, disse, complementando que cinco em cada dez sítios arqueológicos do Estado já sofreram algum tipo de intervenção humana, seja pichação, violação de objetos ou depredação.

“Os vestígios rupestres apesar de serem muito valiosos, são talvez o mais frágil de todos, provavelmente por estarem mais explícitos e expostos às intempéries, ou pior, à ação destruidora do homem”, alertou.

Ainda segundo professor Juvandir, os sítios arqueológicos que mais sofreram com a interferência humana e degradação ao longo dos anos são os sítios de arte rupestre, que possuem pinturas e gravuras em pedras, tendo em vista a beleza cênica e localização de fácil acesso.

Nas proximidades de áreas ecológicas, com rios e reservas naturais, esses locais são frequentados por pessoas com fins diversos, que deixam marcas de poluição e desrespeito, destruindo o patrimônio e a memória dos nossos antepassados.