Detentas fazem novas acusações contra diretoras

Diretoras de presídio estavam se apropriando de dinheiro arrecadado com vendas de produtos feitos pelas reeducandas, diz Polícia.

Acusadas de fraudar processos de progressão de regime para reduzir o tempo de prisão de algumas detentas da Penitenciária Regional Feminina de Campina Grande, as duas diretoras da unidade, presas durante a ‘Operação Remição’, na última quinta-feira, também são acusadas de se apropriar ilegalmente do dinheiro obtido com a venda de produtos de artesanato produzidos por algumas presas da unidade.

De acordo com o delegado seccional de Campina Grande, Iasley Almeida, 18 pessoas, entre presas e agentes penitenciários da unidade, foram ouvidas durante o final de semana.

Conforme informações de Iasley Almeida, algumas dessas pessoas relataram em depoimento que, além das fraudes, as diretoras Alinne Cristine Cardoso e Silnara Araújo Galdino também estavam se apropriando do dinheiro arrecadado com a venda dos produtos confeccionados pelas reeducandas da unidade, dentre eles bonecas de pano que costumam ser vendidas em exposições realizadas pela Secretaria de Administração Penitenciária do Estado (Seap).

“Segundo depoimentos que ouvimos, elas ficavam com boa parte do valor apurado nas vendas. Na prática, esse dinheiro teria que ser utilizado para comprar mais material e o que sobrasse deveria ser repartido entre as presas que realizavam o trabalho”, explicou.

Ainda segundo o delegado, após o trabalho realizado durante todo o final de semana, a Polícia Civil entendeu que não será mais necessário pedir a prorrogação da prisão preventiva das duas diretoras e do advogado Ramom Dantas Cavalcante, acusado de também fazer parte do esquema que fraudava os processos.

Com a decisão de não pedir a prorrogação das prisões, os três podem ser liberados nos próximos dias, dependendo do que for definido pela Justiça. Eles estão presos na sede do 2º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Campina Grande.

“Agora vamos cruzar os dados que temos com os depoimentos coletados e comparar esse material para concluir o inquérito e remetê-lo à Justiça”, explicou Iasley Almeida. O delegado acrescentou ainda que não há um prazo definido para que o trabalho seja concluído, o que dependerá, também, da decisão da Justiça em relação à liberação ou não dos presos.