Donos de bares pedem projeto de ordenamento da praia do Bessa

Audiência Pública vai discutir retirada das barracas. Donos pedem que se faça um ordenamento, assim como foi feito nas praias de Tambaú e Cabo Branco.

Karoline Zilah

Oito donos de bares que ocupam as areias da praia do Bessa, em João Pessoa, se reúnem com deputados estaduais, com a Gerência Regional do Patrimônio da União (GRPU) e representantes da Prefeitura de João Pessoa e do Ministério Público Federal na manhã da terça-feira (11), a partir das 9h, em audiência pública na Assembléia Legislativa para discutir a retirada das barracas da praia.

A audiência com o tema “O projeto Orla na Paraíba e sua aplicação na praia do Bessa em João Pessoa” foi proposta pelo deputado estadual Rodrigo Soares (PT) , que quer garantir que o debate proporcione uma real avaliação da situação, levando em conta as necessidades da população, dos trabalhadores desses estabelecimentos e a questão ambiental.

"Queremos garantir o ordenamento público, mas regulamentando esses estabelecimentos e não os retirando, pois eles apresentam um compromisso com o meio ambiente, proporcionam lazer a comunidade e empregam diretamente mais 200 pessoas", declarou o deputado.

Segundo o empresário Luiz Cavalcante, proprietário do Golfinho Bar e Restaurante, os oito responsáveis pelas barracas foram notificados no último dia 29. Primeiramente, eles tinham que retirar os bares da areia em um prazo de 30 dias. Mas, a GRPU, cumprindo um acordo com o Ministério Público Federal, decidiu que o prazo seria prorrogado até o final do verão, no dia 28 de fevereiro. 

“Vamos estar todos presentes, inclusive acompanhados das pessoas que sobrevivem desses equipamentos de serviço. As pessoas costumam dizer que somos bares, mas na realidade somos fornecedores de serviços, uma vez que as pessoas que visitam a praia não têm água e infra-estrutura para se acomodar, dependendo das nossas empresas”, explicou o empresário Luiz Cavalcante.

A proposta dos donos de bares é permanecer no Bessa mediante o ordenamento das barracas, a exemplo do trabalho que foi feito nas praias de Tambaú e Cabo Branco. “É um projeto que vem acontecendo em nível federal. Todo local do Brasil onde tem invasão que não está reconhecida pela União recebe um projeto de ordenamento que deve ser apresentado pela prefeitura e custeado pelos proprietários de barracas”, disse o dono do Golfinho Restaurante.

Contudo, ele comentou que foram apresentados três projetos e, dentre eles, um foi escolhido. Nele, a praia teria cinco ilhas com dois bares e uma área de lazer m cada uma delas. De acordo com Luiz Cavalcante, o projeto foi escolhido na mesma época que os da orla de Tambaú e o da Feirinha.

“Os outros dois foram realizados, inclusive o da Feirinha está quase sendo finalizado, enquanto o Bessa foi esquecido. Ainda temos esperança de ser contemplados, inclusive para que sejamos tratados da mesma forma que os empresários de Tambaú e Cabo Branco”, alegou.

Com essas informações, o grupo pretende aprovar a continuidade do projeto de ordenamento do Bessa e não precisar desocupar a praia ao final do verão.