Além de serem seis vezes mais baratas, as sementes crioulas apresentam um rendimento maior de cerca de 25% na produção de alimentos em comparação com as sementes comerciais e ainda são mais resistentes ao período de seca. Os números do estudo realizado pelo Polo Sindical da Borborema, AS-PTA Agroecologia e Agricultura Familiar, Coletivo Regional do Cariri, Curimataú e Seridó Paraibano, Patac, Embrapa e Universidade Federal da Paraíba (UFPB), foram apresentados ontem durante seminário realizado no Convento Marista, em Lagoa Seca, no Brejo paraibano. Evento será finalizado no início da tarde de hoje e reúne mais de 100 agricultores familiares das regiões do Cariri e da Borborema.
Os dados foram ilustrados em gráficos comparativos, que mostraram que as sementes de milho agrícola, por exemplo, atingiram a produção máxima de 1.539 quilos, enquanto que as comerciais atingiram 1.144 kg. O preço também foi bastante destacado, uma vez que o quilo dos grãos agroecológicos são vendidos a R$ 2,50, ao mesmo tempo que os comerciais a R$ 18,00. O assessor técnico da AS-PTA, Emanoel Dias, explicou que, além dessas, as ‘sementes da paixão’, como são conhecidas, apresentam outras vantagens.
“Nosso objetivo é mostrar que é possível contribuir para a modificação das sementes na Paraíba, uma vez que quando há a distribuição desses grãos para os agricultores, o que chega nas mãos deles sãos as industriais, e não as crioulas”, destacou Emanoel.
Esse estudo foi realizado em cinco municípios paraibanos nos anos de 2009, 2010 e 2011. Foram eles: Juazeirinho e Soledade, localizadas no Cariri; e Casserengue, Remígio e Lagoa Seca, na região da Borborema.
