Exame descarta suspeita de calazar em criança internada esta semana

Menino de 6 anos internado no Arlinda Marques sofre de anemia profunda. Quadros de sintomas das duas doenças se confundem. Uma bebê ainda está em tratamento por calazar.

Luzia Santos
Do Jornal da Paraíba

A suspeita de um segundo caso de leishmaniose visceral, conhecida por Calazar, em uma criança internada no Complexo de Pediatria Arlinda Marques, foi descartada no final da tarde da sexta-feira (30). Um exame de laboratório comprovou que o menino de apenas seis anos, que chegou ao hospital na quinta-feira, está com anemia profunda. Já a outra criança internada desde o último dia 20, ainda permanece em tratamento.

Segundo a diretora do hospital, Darcy Lucena, os resultados dos exames feitos no menino saíram na tarde de ontem. O garoto que é natural da cidade de Cuité de Mamanguape, no Litoral Norte, apresentava perda de peso e falta de apetite, sintomas que se assemelham ao do Calazar.

O calazar é uma doença transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue), conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos, também chamados de mosquitos palha, que abrigam o parasita causador da doença em seu tubo digestivo. O flebótomo mede de 2 a 3 milímetros de comprimento e devido ao seu pequeno tamanho é capaz de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas. Ele é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas. Todavia, os hospideiros naturais dos flebótomos são principalmente cães e gatos.

O bebê de oito meses de idade internado desde o dia 20 de julho já teve o diagnóstico confirmado. Ela, que mora no Bairro das Indústrias, é o 15º caso da doença este ano no Estado. De acordo com Secretaria Estadual de Saúde, duas pessoas morreram.

A diretora do Arlinda Marques, Darcy Lucena, explicou que os principais sintomas são a palidez acentuada, manchas pelo corpo e abdômen e inchaço abdominal, devido ao aumento do baço e do fígado. Mas a leishmaniose também pode causar lesões na pele, infecções em órgãos como fígado e medula óssea, febre, anemia, desidratação, desmaios, sangramentos e perda de peso.

O tratamento é de 20 dias. Dependendo da evolução do quadro de saúde da criança, o paciente pode ser liberado para passar 30 dias em repouso em casa e retornar para fazer um novo exame na medula. Se não for detectada a presença de parasitas, ele recebe alta. Caso ainda haja algum protozoário do tipo ‘leishmania’ na medula, o paciente deverá ser submetido a um novo ciclo de tratamento. A diretora também ressaltou que a doença não é epidêmica, sazonal, nem contagiosa.