Famílias são retiradas de casas invadidas no bairro das Malvinas

Famílias ocuparam as casas em construção no mês de janeiro; imóveis serão concluídos para serem entregues a beneficiários de um programa habitacional.

Cerca de 180 famílias que invadiram as residências em construção da Companhia Estadual de Habitação Popular (Cehap), no Conjunto Colinas do Sol, no bairro das Malvinas, em Campina Grande, desocuparam o local ontem, em cumprimento ao mandado de reintegração de posse, concedido pela juíza Yêda Maria, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Campina Grande.

Quase 200 policiais militares acompanharam o trabalho de remoção das famílias que, de acordo com o tenente-coronel Roberto Costa Rodrigues, transcorreu de forma pacífica, tendo em vista que desde o início do mês de março as famílias já haviam sido comunicadas de que iriam ter que sair das casas. “Não houve nenhuma resistência”, disse o tenente-coronel.

A retirada das famílias teve início por volta das 9h30, com suporte de homens do Choque, da Rotam, Força Tática, Companhia de Trânsito e Bombeiros e seguiu até o final da tarde de ontem. Os oficiais de justiça entraram no conjunto habitacional Colinas do Sol e em companhia do comandante regional da Polícia Militar, coronel Marcos Sobreira, começaram a negociar com os moradores para evitar o uso da força policial. Após cerca de 40 minutos de conversa com os líderes comunitários, as famílias que invadiram as residências aceitaram sair do local.

O tenente-coronel Roberto Costa coordenou as negociações e disse que desde o mês passado foram seis rodadas de conversa para que as famílias aceitassem sair do conjunto.

“Esta não foi a primeira vez que viemos aqui. Já são seis tentativas e, desta vez, as famílias aceitaram sair sem que fosse preciso o uso da força policial”, informou, acrescentando que nem todas as famílias foram retiradas ontem porque havia apenas três caminhões disponíveis para o trabalho. Hoje, a ordem de reintegração de posse será concluída.

As casas do Colinas do Sol foram invadidas no dia 27 de janeiro e as famílias alegaram que esta foi a solução encontrada para escapar dos aluguéis. Mas as inscrições das famílias a serem contempladas com as referidas moradias foram feitas desde 2003, porém, passada uma década, as obras ainda não foram finalizadas.

A previsão da Cehap é de que, uma vez desocupadas, os trabalhos para a conclusão da obra sejam retomados imediatamente, para que as casas sejam entregues aos seus legítimos donos este ano. ( Colaborou Tatiana Brandão)