Festejos juninos deixam 45 queimados na capital e em Campina

Número é referente aos pacientes atendidos nos hospitais de Trauma de Campina Grandee João Pessoa.

O costume de acender fogueiras, soltar fogos de artifício e manusear artefatos inflamáveis é uma constante no período junino. No entanto, a falta de cuidados com esses itens pode causar graves acidentes. Até ontem (24), 45 pessoas já sofreram queimaduras e buscaram atendimento nos hospitais de Trauma de Campina Grande e João Pessoa. No entanto, essa estatística tende a aumentar, já que no dia 28 é comemorada a festa de São Pedro, data em que também há a tradição de acender fogueiras.

Em João Pessoa, o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena já atendeu 10 pessoas vítimas de queimaduras este mês. Já no Hospital de Trauma de Campina Grande, no Agreste paraibano, neste mesmo período, 35 pessoas deram entrada na unidade pelo mesmo motivo. De 1º até o dia 25 de junho do ano passado, o Trauma de Campina Grande registrou 67 ocorrências.

Acender um chuveirinho na fogueira parecia ser uma brincadeira simples e segura para a pequena Maísa Medeiros, de 9 anos, que mora na zona rural do município de Juazeirinho, Agreste do Estado. No entanto, ao manusear o item, a criança escorregou e caiu próximo às chamas, o que fez com que ela sofresse queimaduras de 1º e 2º graus nas mãos. A tia da criança, que a acompanhava no hospital, admite que o cuidado devido não foi tomado pelos pais da menina, que deveriam estar monitorando a brincadeira.

Conforme o cirurgião plástico Dirceu Carvalho, chefe do serviço de queimados do Hospital de Trauma de Campina Grande, o cuidado é a medida mais importante ao manusear itens inflamáveis e a dica vale especialmente para os pequenos. “É importante que se tome todo o cuidado possível ao manusear bombas, fogos, principalmente no caso de crianças, que não devem nem chegar perto desses itens, pois há mais probabilidade de acidentes e sequelas prolongadas”, disse o cirurgião.
Segundo os dados do Trauma de CG, cerca de 70% das ocorrências envolvem crianças. A maior parte das queimaduras são de 1º e 2º graus e atingem os braços, tórax e rosto das vítimas. O médico alerta também que além de mortes, o uso de fogos pode provocar lesões de córnea ou perda da visão, lesões auditivas, cortes e amputações de membros.

No caso de qualquer queimadura, é necessário lavar a área com água fria corrente para higienizar, procedimento que pode, em alguns casos, até diminuir a profundidade da lesão. Dirceu Carvalho ainda afirma que se deve envolver o local machucado com panos limpos e não passar nenhum produto, encaminhando a vítima para a unidade de socorro mais próxima.

Em Campina Grande

Somente entre os dias 23 e 24 de junho deste ano, o Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande socorreu 11 pessoas vítimas de queimaduras, enquanto no mesmo período do ano passado foram 7 casos.

Outra grande preocupação das unidades de saúde é que historicamente, a maioria dos casos acontecem com crianças. Segundo os dados divulgados pela assessoria de imprensa do Trauma de Campina Grande, das 11 vítimas atendidas este ano, oito foram crianças e três foram adultos. Já no ano passado, neste mesmo período, foram quatro crianças. 
 
Para atender estas vítimas o Hospital de Trauma tem um setor específico, Unidade de Queimados, garantir que os pacientes tenham um socorro mais ágil após a entrada. Os médicos do Trauma também orientam que as pessoas não usem medidas caseiras para tratar queimaduras, pois pode agravar a situação. O indicado, se necessário é apenas colocar a área ferida sob água corrente.

Outros atendimentos
 
Apesar dos casos de queimados no Hospital de Trauma de Campina Grande  terem sido a grande preocupação do São João, os acidentes de motos continuaram liderando as estatísticas. Nos dias 23 e 24  foram atendidas 88 pessoas vítimas. Também deram entrara três vítimas de ritos, cinco de facas e 15 de espancamento. O hospital é referência para 203 municípios do estado.