Funcionários protestam no Centro de Campina Grande

Principal reivindicação de funcionários é o cumprimento de uma data para o pagamento do salário.

Funcionários do Hospital Geral da Clipsi realizaram um protesto cobrando melhorias de condição de trabalho e cumprimento dos compromissos salariais. O ato aconteceu na manhã de ontem, ao lado da unidade, na Avenida Floriano Peixoto, no Centro de Campina Grande. O técnico em radiologia Josemar Bezerra da Nóbrega informou que a principal reivindicação da categoria é o cumprimento de uma data para o pagamento do salário, que seria o quinto dia útil de cada mês, “mas que às vezes é desrespeitado.

Outra reclamação nossa é com relação ao pagamento das férias, que o hospital leva até seis meses para efetuá-lo aos trabalhadores e quando paga é em cheques pré-datados, isso quando não parcelam o pagamento”, ressaltou.

Josemar Bezerra também reclamou com relação ao pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “Há funcionários do hospital que trabalham há 17 anos e têm R$ 1.700 depositados no FGTS, é um absurdo”, disse.

O técnico afirmou que apesar da pequena presença de manifestantes, mais de 50% dos funcionários da Clipsi estavam de acordo com o protesto. Josemar disse que já há ações no Ministério Público, Ministério do Trabalho, na Justiça do Trabalho e na Procuradoria da Saúde para a resolução dos pleitos.

O administrador do hospital, Saulo Roberto de Souza Leite, explicou que a direção está empenhada em cumprir com o pagamento dos cerca de 370 funcionários da unidade hospitalar. “O atraso com relação aos salários é de no máximo quatro dias, mas não é culpa exclusiva da direção da Clipsi, já que o Ministério da Saúde não está repassando as verbas destinadas ao pagamento das unidades hospitalares. É um problema nacional”, disse.

Saulo garantiu que a direção da Clipsi está conversando diariamente com os funcionários, de todos os turnos, inclusive os que são filiados a sindicatos, para expor a situação financeira da instituição. “Estamos fazendo todos os esforços possíveis para honrar os compromissos do hospital com o nosso quadro de funcionários. A Clipsi possui 48 anos de serviços prestados a Campina Grande e, pelo menos, mais 170 cidades", falou.

A respeito do pagamento das férias e depósitos no FGTS, Saulo Roberto disse que assim como os manifestantes afirmaram que a questão está caminhando em instância judicial, ela será resolvida, e que a Clipsi não se furta em oferecer uma solução para o problema.

DESCREDENCIAMENTO
De acordo com o administrador do hospital, Saulo Roberto de Souza Leite, a Clipsi tem a receber do Ministério da Saúde R$ 2,8 milhões, inclusive o repasse de verba dos meses de novembro e dezembro de 2014, o que contribuiu para o atraso do pagamento dos funcionários. Saulo também reclamou com relação à Tabela de Procedimentos do Sistema Único de Saúde, que segundo ele, há mais de uma década não é reajustada.

Saulo Roberto adiantou que em virtude do atraso dos repasses, o hospital já solicitou audiências com a Secretaria de Saúde municipal e com a Prefeitura de Campina Grande e que a diretoria da instituição estuda a possibilidade do descredenciamento dos atendimentos do SUS no Hospital Geral da Clipsi.

“Lamentavelmente nós temos uma demanda que não está condizente com a verba recebida. Nossa maior receita é advinda do Sistema Único de Saúde, porém estamos enfrentando problemas com relação às destinações de verbas, então poderíamos reduzir a quantidade de atendimentos, estudar outras formas de garantir a renda do hospital e o pagamento da nossa folha de funcionários sem situações problemáticas”, disse.

Através da sua assessoria de imprensa, o Ministério da Saúde disse que não existem atrasos com relação aos repasses de verbas para as secretarias estaduais e municipais de saúde, no entanto a pasta federal teve dificuldades com relação ao pagamento referente ao mês de novembro, e conseguiu em dezembro efetuar o pagamento de 70% dos compromissos. O ministério disse que os outros 30% foram quitados no dia 5 de janeiro deste ano. O pagamento do mês de dezembro será efetuado ainda no mês de janeiro, como acontece normalmente, de acordo com a assessoria.

A Secretaria de Saúde de Campina Grande informou que até o momento não recebeu nenhuma solicitação de audiência para tratar do assunto.