Governo diz que falta dinheiro para Campanha do Desarmamento

Nota afirma que Orçamento não direciona recursos para a iniciativa.

Desde 2013, a Campanha do Desarmamento não é realizada por falta de dinheiro. O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou nesta quarta-feira (29) que o Orçamento não direciona nenhuma fonte de financiamento para a realização da campanha, mas apenas para o pagamento das indenizações a quem entrega suas armas voluntariamente.

A informação foi divulgada por meio de nota em resposta à reportagem do JORNAL DA PARAÍBA publicada na terça-feira (28), que revela uma queda de 82% no número de armas arrecadadas pela campanha nos últimos seis anos na Paraíba. Segundo o ministério, que é responsável pela iniciativa em todo o país, o valor pago pelas indenizações caiu de R$ 3,25 milhões para R$ 1,8 milhão.
 
 
Iniciada em 2003, após a aprovação do Estatuto do Desarmamento, a campanha, que ganhou uma forte adesão depois do referendo de 2005 sobre a venda de armas e munições no Brasil, era organizada pela Polícia Federal até maio de 2011, quando a ação passou a ser responsabilidade do Ministério da Justiça. De acordo com a pasta, a partir dessa data, a campanha teve continuidade nos dois anos seguintes, mas deixou de ser executada por "falta de verba".
 
Apesar do problema com os recursos, o texto ressalta que o Grupo de Trabalho de Controle de Armas tem se reunido e promoveu encontros voltados para a discussão do tema em João Pessoa e no Recife em fevereiro e neste mês. Além disso, a pasta informou que tem aprimorado e resolvido problemas técnicos no sistema que faz o registro de entregas e pagamento das indenizações.
 
O ministério disse ainda que, em 15 de março, participou da comemoração do Dia Sul-americano do Desarmamento na reunião de ministros da Justiça e Interior do Mercosul, em Montevideo, capital do Uruguai. A criação da data, afirma a nota, é uma iniciativa do governo brasileiro que vem sendo debatida desde 2015.