Greve de docentes mantida na UFCG

Docentes formalizaram um pedido para reabertura das negociações; greve que já dura 108 dias deve continuar.

Completados hoje 108 dias de greve, os professores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) decidiram que não irão voltar ao trabalho, apesar do encerramento das negociações por parte do Governo Federal. Em assembleia realizada na manhã de ontem, no campus de Campina Grande, os docentes reforçaram que irão continuar de braços cruzados e formalizaram um pedido para a reabertura das negociações com o Governo Federal.

Antes do encontro entre os professores, integrantes do comando de greve compareceram até o gabinete do reitor da UFCG, Thompson Mariz, e entregaram um documento que será apresentado pelo reitor na reunião com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), na próxima quarta-feira, em Brasília. Na ocasião, os docentes esperam que o Conselho da Andifes consiga reabrir as negociações com o Ministério do Planejamento para que as reivindicações do profissionais sejam atendidas.

De acordo com a professora Marinalva Vilar, representante da categoria, os docentes já abriram mão de algumas das propostas das iniciais, mas não deixarão de exigir a valorização da carreira.

Segundo ela, o discurso de que só haveria negociação até o final do mês de agosto foi uma estratégia do Governo Federal, que pode estender as negociações, bem como atender aos pedidos do professores. “Foi divulgado que as negociações só acontecem até o dia 31 (ontem) de agosto, o que não é verdade.

Quem decide quando a discussão acaba são os servidores.

Estamos com essa expectativa de reabrirmos as negociações e vamos continuar com o movimento”, disse a professora.

Já Thompson viu como fator positivo esse encontro na Andifes e disse que não há mais tempo a perder para buscar uma solução para a greve. Para ele, se a greve se estender por mais 15 dias, os danos serão gravíssimos. “Ainda temos 45 dias para terminar o primeiro semestre de 2012. Se chegarmos à segunda metade de setembro sem uma definição, teremos prejuízos para adequar o calendário, que poderá passar de três a quatro anos para ser normalizado novamente”, frisou Mariz.