Hemocentro não atinge meta

Meta de 50 mil bolsas, quantidade necessária para atender demanda gerada pelas festas de fim de ano não foi atingida pelo órgão.

O Hemocentro da Paraíba já sente os efeitos do período de festas e férias de fim de ano e ainda não conseguiu atingir a meta de 50 mil bolsas de sangue, quantidade necessária para atender à demanda anual no Estado, segundo a coordenação do centro. De 1º de janeiro até a manhã de ontem, o órgão recebeu 42.671 doações. Deste total, apenas 12.259 estavam aptas aos receptores.

Os dados são da coordenadoria do Hemocentro da Paraíba e conforme o órgão, do total recolhido, as 30.412 bolsas foram descartadas por apresentarem sorologia positiva para Aids, hepatites e doença de Chagas, por exemplo.

De acordo com Divani Cabral, coordenadora de ações estratégias do Hemocentro da Paraíba, o número é considerado muito baixo para suprir a demanda de urgência dos 40 hospitais atendidos pelo serviço no Estado.

Enquanto em meses “normais” se alcança uma média de pelo menos 200 doações diárias, o que gera ao final do mês, cerca de 4 mil doações, em dezembro esse número chega a menos de 100 por dia, enquanto a demanda sobe consideravelmente. Segundo os números do Hemocentro, do total de doações, 77% (32.856) foram feitas por homens e apenas 9.815 foram feitas por mulheres.

De acordo com Divani Cabral, as estatísticas de dezembro de cerca de 2 mil doadores ao mês, costuma se repetir em janeiro, em uma redução que chega a 50% referente aos demais meses do ano.

O grande problema na redução das doações no período de fim de ano e em janeiro, época de férias, é que a demanda de sangue nos hospitais cresce consideravelmente, sendo necessária a coleta de ao menos 250 bolsas de sangue por dia.

“Os meses de dezembro e janeiro registram as maiores reduções nas doações por se tratar de meses de festas e viagens, quando por motivos particulares, nossos doadores deixam de comparecer. Desse modo, as doações não são constantes, mas a demanda é crescente e diária, o que nos deixa bastante preocupados, afinal não há como enfrentar um período com esse estoque”, explicou Divani Cabral, ressaltando que a campanha este ano, será lançada na primeira semana de dezembro e deve percorrer os diferentes bairros da capital para fazer a coleta.

Segundo ela, a carência maior em doações de sangue é dos tipos sanguíneos com fator negativo, em especial o tipo sanguíneo AB, presente em apenas 3% da população.

PROCEDIMENTOS

Antes da realização da doação, o Hemocentro da Paraíba realiza uma triagem que obedece a normas nacionais do Ministério da Saúde. O alto rigor no cumprimento dessas normas visa oferecer segurança e proteção ao receptor e ao doador. É servido um lanche antes e depois da coleta sanguínea. Estão vetadas as doações se as pessoas estiverem com anemia, hipertensão ou hipotensão arterial no teste realizado imediatamente antes da doação. (Colaborou Katiana Ramos)