Karoline Zilah
O Hospital Infantil Arlinda Marques, em João Pessoa, recebeu na quinta-feira (29) a segunda criança em um intervalo de nove dias com sintomas da doença conhecida popularmente como calazar, a leishmaniose visceral. O parasita pode se desenvolver em cães picados pelo mosquito infectado e ser retransmitida para o homem também através de mosquito vetor.
De acordo com o hospital, um menino de seis anos está internado aguardando resultados de exames laboratoriais que podem confirmar as suspeitas de calazar. Não foi informado o bairro de origem do menino. Já a bebê Emily, de oito meses de idade, está internada desde o dia 20 de julho e já teve o diagnóstico confirmado. Ela, que mora no Bairro das Indústrias, é o 16º caso da doença este ano no Estado. De acordo com Secretaria Estadual de Saúde, duas pessoas morreram.
A diretora do Arlinda Marques, Darcy Lucena, explicou que os principais sintomas são a palidez acentuada, manchas pelo corpo e abdômen e inchaço abdominal, devido ao aumento do baço e do fígado. Mas a leishmaniose também pode causar lesões na pele, infecções em órgãos como fígado e medula óssea, febre, anemia, desidratação, desmaios, sangramentos e perda de peso.
O tratamento é de 20 dias. Dependendo da evolução do quadro de saúde da criança, o paciente pode ser liberado para passar 30 dias em repouso em casa e retornar para fazer um novo exame na medula. Se não for detectada a presença de parasitas, ele recebe alta. Caso ainda haja algum protozoário do tipo ‘leishmania’ na medula, o paciente deverá ser submetido a um novo ciclo de tratamento.
A diretora também ressaltou que a doença não é epidêmica, sazonal, nem contagiosa. O chefe de controle de zoonoses da Secretaria Estadual de Saúde, Assis Azevedo, esclareceu que o cão é o reservatório natural da doença, mas os casos em humanos não acontecem apenas em famílias que têm um animal infectado em casa.