Lixo hospitalar é queimado de forma irregular por empresa

Carregamentos de lixo vindos semanalmente de Fortaleza (CE) e de João Pessoa também são queimados ilegalmente no local.

A Superintendência do Meio Ambiente (Sudema) e o Ministério Público da Paraíba (MP/PB) realizaram na tarde de ontem uma ação conjunta em Campina Grande e encontraram lixo hospitalar sendo queimado a céu aberto e despejado no lixão da Alça Sudoeste, além de diversas outras irregularidades ambientais realizadas por uma empresa de limpeza urbana. Carregamentos de lixo vindos semanalmente de Fortaleza (CE) e de João Pessoa também são queimados ilegalmente no local.

Devido às inúmeras ocorrências ilícitas, a empresa Ambiental Soluções pode ser fechada e multada em até R$ 50 milhões. Segundo a Sudema e o MP, a empresa foi notificada para responder em até 24 horas pelos diversos crimes ambientais encontrados, sob pena de fechar o estabelecimento. O local chega a receber por semana, para incineração de lixo, uma média de 24 tambores de João Pessoa e 27 de Campina Grande, com as quais a empresa tem contrato para terceirização da limpeza urbana, e 23 tambores de Fortaleza.

“Um funcionário assumiu que o lixo hospitalar é depositado no lixão e eles não têm licença para um segundo incinerador que encontramos”, disse João Dehon, fiscal da Sudema.

Nenhum representante legal foi encontrado na empresa. O diretor da empresa, Mauro Bezerra da Silva, disse que desconhece todas as denúncias e que vai abrir processo administrativo para investigar os fatos. "O material que vai para o lixão são apenas as cinzas do que é incinerado”, disse.

Para o promotor da Saúde, Herbert Targino, “é uma questão de saúde pública e precisa ser apurada a responsabilidade da empresa”. Já a secretária de Saúde do município, Tatiana Medeiros, disse que se forem confirmadas as irregularidades, o contrato com a empresa deve ser rescindido.