Com carro de som, cartazes e camisas brancas, um grupo de moradores de Mangabeira, em João Pessoa, enfrentou a chuva e partiu em caminhada pelas principais ruas do bairro na manhã de ontem. O intuito da manifestação foi protestar contra a violência do bairro considerado o mais violento de João Pessoa, segundo dados de relatório divulgado pela Secretaria de Segurança e Defesa Social (Seds). Entre as reivindicações da população estão aumento do efetivo policial no bairro e a criação de um Distrito Integrado de Segurança Pública (Disp), com policiais civis e militares atendendo aos moradores.
Manifestante que se disse vítima da violência no bairro, Maria Aparecida relatou que não perdeu a oportunidade de vir às ruas lutar por um direito que é de todos. “Minhas filhas foram assaltadas na esquina da minha casa às 7h da noite na semana passada. A gente está à mercê da violência. Temos que pedir providências porque, senão, continuará, mas cada vez pior”, opinou.
De acordo com o comandante da 2ª Companhia Integrada de Policiamento Militar (CIPM), responsável pelo policiamento no bairro de Mangabeira, capitão Luis, há um ano o número de viaturas e de policiais que fazem a segurança do bairro dobrou. Segundo ele, o número reivindicado pela população já é o atuante no bairro. “Antes de junho do ano passado, apenas duas viaturas eram responsáveis pelo policiamento. Agora são cinco viaturas, com suplementação de um trio da Rotam, além de uma viatura da Força Tática”, explicou.
Ainda de acordo com o oficial, existe um projeto de criação da Disp e este tem previsão de ser entregue ainda este mês. “Esse é um planejamento do governo. O projeto já está todo pronto, estamos com mais duas viaturas e outro trio de motos que tem previsão de começar a funcionar ainda este mês”, comentou.
A Seds, por sua vez, se pronunciou através de sua assessoria, informando que as ações preventivas, ostensivas e repressivas realizadas pelas polícias Civil e Militar já reduziram em 40% o número de Crimes Violentos Letais (CVL) em Mangabeira. No ano passado, foram 20 homicídios, enquanto este ano foram 12 casos.
