‘Me sinto humilhada porque falam mal da minha cor, do meu cabelo. O que é que tem meu cabelo?’

Rejane Barbosa se inspira em Dandara Palmares – companheira de Zumbi – um dos símbolos da resistência da mulher negra.

Olhar tímido e força em cada palavra. Essas são as características de Rejane Barbosa Tenório. Como toda adolescente, a garota ainda está conhecendo a si mesma e o futuro não é uma das suas grandes preocupações. Porém, ela tem um desafio a mais: enfrentar os olhares duros e de preconceito. Mas, como aprende diariamente com a tia Pakinha, Bela e outras tantas mulheres e líderes quilombolas que conhece e que lembram a luta da jovem Dandara Palmares – companheira de Zumbi dos Palmares e um dos símbolos da resistência da mulher negra na época da luta pelo fim da escravidão no Brasil – Rejane tem encarado com maturidade o preconceito.

“Implicam muito na escola e isso cansa demais. Tem gente que entende o que é ser quilombola, mas tem gente que não entende e me chamam de ‘cabelo de bombril’, implicam com minha cor. Eu não falo nada. A professora explica, diz que é errado. Eu não tenho vergonha de ser do quilombo, nem da minha cor. Mas é difícil. Me sinto humilhada porque falam mal da minha cor, do meu cabelo. O que é que tem meu cabelo?”, questiona a garota, enquanto desvia o olhar para a tia e sorri como quem se reconhece nos traços e busca a mesma garra de quem conhece e enfrenta, diariamente, a indiferença.

'Me sinto humilhada porque falam mal da minha cor, do meu cabelo. O que é que tem meu cabelo?'      'Me sinto humilhada porque falam mal da minha cor, do meu cabelo. O que é que tem meu cabelo?'