Médicos do Arlinda Marques suspendem atendimento por dois dias

Cirurgiões pediatras estão com pagamento atrasado e sem contrato com o Estado. Anestesistas do São Vicente de Paulo e Napoleão Laureano já pararam.

Da Redação
Com assessorias

Os cirurgiões pediatras do hospital infantil Arlinda Marques, em João Pessoa, farão dois dias de paralisação de suas atividades como forma de protesto. Nesta terça (20) e quarta-feira, os médicos não realizarão as cirurgias eletivas (agendadas previamente), nem as consultas ambulatoriais. Serão feitos apenas os atendimentos de urgência e emergência.

De acordo com o presidente da Cooperativa dos Cirurgiões da Paraíba (Coopecir-PB), Marcus Maia, os 12 cirurgiões pediatras do Arlinda Marques estão sem receber suas remunerações desde fevereiro deste ano.

Além do atraso do pagamento, os médicos estão sem contrato regularizado com a Secretaria Estadual de Saúde (SES). “No final do ano passado, foi assinado o contrato com a SES, mas até agora não foi publicado no Diário Oficial. Dessa forma, os médicos estão trabalhando sem garantias de seus direitos”, ressaltou Maia.

O hospital Arlinda Marques é referência no Estado no atendimento pediátrico e realização de cirurgias infantis. Por dia, são realizadas em torno de 20 cirurgias de pequeno, médio e grande porte. No ambulatório, são feitos uma média de 150 atendimentos por semana.

A reportagem procurou a Secretaria Estadual de Saúde e questionou que medidas seriam tomadas e se uma negociação havia sido iniciada com os cirurgiões. A assessoria do Secretário José Maria de França informou que a Secretaria não tinha conhecimento da paralisação e orientou que adiretora do Arlinda Marques fosse procurada. No entanto, a diretora Darcy Lucena não foi localizada para falar.

Anestesistas

Os médicos anestesistas que prestam serviços nos hospitais São Vicente de Paulo e Napoleão Laureano, em João Pessoa, suspenderam, a partir da segunda-feira, todos os procedimentoseletivos de anestesia agendados nessas unidades por falta de pagamento desde novembro do ano passado.

No entanto, assim como o cirurgiões pediatras, eles também continuarão realizando os procedimentos de urgência e emergência. No último dia 12 deabril, a Coopanest enviou ofício à direção dos dois hospitais, ao Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) e ao Curador de Defesa dos Direitos da Saúde comunicando de sua decisão.

Há cerca de dois anos foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Secretaria Estadual de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, que garantia os recursos para o pagamento dos médicos, já que os valores pagos peloSUS estavam defasados.

A secretaria estadual de Saúde informou que o repasse para o pagamento aconteceria aconteceria até a última sexta-feira, mas, de acordo com a secretaria municipal, nenhuma verba foi enviada para este fim.