Karoline Zilah
Vídeo: Paraíba1
A professora potiguar Amanda Gurgel, sucesso na internet depois que fazer um discurso sobre a situação da Educação no Brasil, visita a Paraíba nesta quinta-feira (9) participando de assembleias de docentes em Campina Grande, Bayeux e João Pessoa. As atividades começaram nesta manhã em Campina, onde ela foi ovacionada e recebida como ‘celebridade’ pelos professores presentes à assembleia do Sindicato dos Trabalhadores da Borborema (Sintab).
Em entrevista exclusiva ao Paraíba1, ela comentou como ficou a rotina após a repercussão de suas declarações na tribuna da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (assista ao vídeo no fim da página). Uma das principais lutas da docente é pela implantação do piso salarial nacional.
“Na minha vida não mudou nada do ponto de vista estrutural. Meu salário continua o mesmo, mas a minha rotina está temporariamente alterada porque eu tenho recebido muitos convites de diversos sindicatos do país inteiro com o intuito de dar apoio às lutas e às greves da educação de modo geral”, comentou.
Chamada de ‘heroína’ pelos professores de Campina Grande, ela disse que não se considera como tal. “O que existe é uma referência que foi construída de forma voluntária e espontânea. Na verdade, qualquer transformação que aconteça só é possível se houver a mobilização de todos. Eu sozinha não sou ninguém”, afirmou Amanda.
Sobre a iniciativa de falar com sinceridade aos deputados do Rio Grande do Norte – atitude que acabou ganhando visibilidade nacional – ela disse que apenas utilizou um espaço que é do povo durante uma audiência pública, e que qualquer um poderia ter se pronunciado.
“Na verdade, eu não tenho poder nenhum. O meu poder é o mesmo que todos têm: está no coletivo. Tenho utilizado espaços para passar a mensagem em cada lugar que passo. Não existe na classe trabalhadora um herói que não seja cada o próprio trabalhador”, concluiu.
Assembleia pelo piso nacional
Amanda foi convidada pelo Sintab a participar da assembleia dos professores da rede municipal de Campina Grande, como forma de estimular a categoria a reivindicar melhorias nas condições de trabalho. A categoria exige a implantação do piso salarial nacional por parte da Prefeitura.
Ela comentou que, com a visibilidade que ganhou, sua intenção agora é aproveitar o espaço para debater as necessidades pelas cidades onde passa.
Ela disse que pretende unificar os profissionais da Educação numa luta nacional. Segundo Amanda, ela está planejando uma mobilização para o dia 16 de julho, quando professores de todo o país poderão suspender os trabalhos ou fazer uma programação especial nas escolas. A principal bandeira é o investimento imediato de 10% dos recursos do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no setor da Educação.
Programação
Amanda Gurgel estará em Bayeux às 15h, na escola estadual Irineu Pinto, e às 19h na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no auditório do Centro de Educação.