Nova Consciência discute uso de agrotóxicos na Paraíba

Alternativas para o cultivo dos alimentos sem o uso das substâncias químicas, nocivas à saúde, também foram discutidas no encontro.

O costumeiro desejo de “bom apetite” para quem irá começar uma refeição está em estado de alerta, com alguns alimentos produzidos na região da Borborema. Campeões no índice de utilização de produtos inseticidas que combatem as pragas, pepino, cenoura, morango e principalmente o pimentão que são extraídos das plantações de cidades do Agreste, foram tema de discussão entre especialistas na manhã de ontem no 21° Encontro da Nova Consciência. Os debates reuniram estudiosos que apresentaram os abusos no uso dos venenos por parte dos produtores, os cuidados que os consumidores precisam ter e quais as alternativas para que os alimentos sejam cultivados de forma saudável.

Uma das áreas que têm apresentado maiores consequências para o uso indiscriminado desses produtos está localizada na cidade de Lagoa Seca, Brejo paraibano. Segundo o pesquisador Nelson Anacleto, pequenas propriedades daquela região estão utilizando inseticidas bem acima do que é permitido. “São muitas propriedades que acabam contaminando os pequenos reservatórios de água naquela área. De uma forma mais geral, a Paraíba acompanha o índice do Brasil no que se refere a ingestão de 5,2 litros de agrotóxicos por pessoa por ano. Isso é muito preocupante pelos danos à saúde que causa”, alertou Nelson.

Com a missão de educar e conscientizar produtores e consumidores sobre os riscos do uso indiscriminado de agrotóxicos, a diretora técnica de Alimentos da Agevisa (Agência Estadual de Vigilância Sanitária), Raquel Lima, disse que o que existe na agricultura paraibana é um problema de saúde pública e ecológica. “Nossa intenção é que os produtores se conscientizem que existe um limite para o uso dos agrotóxicos nos alimentos. Existem muitas alternativas para que o índice de veneno seja reduzido consideravelmente, já que hoje há a possibilidade de utilizar a agricultura como instrumento para a produção", disse Raquel, que ainda apontou problemas na saúde dos consumidores.