Os desafios da maternidade

Neste Dia das Mães, o JORNAL DA PARAÍBA conta histórias de mulheresque driblam dificuldades e criam os filhos com coragem.

Marias, Ritas, Cristianes, Socorros, Simones. Elas têm nomes diferentes e histórias de vida também muito distintas. Mas, em comum, todas possuem a capacidade de sentir um amor incondicional e até mudar a própria vida por causa dos filhos.
Neste domingo, dia dedicado às mães, o JORNAL DA PARAÍBA conta a história de algumas mulheres que encaram os desafios da maternidade.

Com idades, profissões e origens diferentes, elas driblam dificuldades diárias e conseguem criar, educar e estar presente na vida dos filhos, usando a sensibilidade, a coragem e a força.

 Mãe policial

As insígnias fixadas no fardamento revelam o tamanho da responsabilidade de Socorro Cristiane de Oliveira. Coronel da Polícia Militar (PM) da Paraíba, ela é diretora de comando geral da corporação e mãe de duas filhas. Para cumprir bem as funções, precisa se desdobrar.

“Durmo e acordo cedo. Assim que me levanto, corro para preparar minha filha e levá-la à escola. Depois, organizo as atividades da casa e sigo para o quartel. Apesar das responsabilidades, procuro ser presente e acompanhar a vida de minhas filhas. Para mim, o mais importante não é a quantidade, mas sim a qualidade dessa companhia”, afirmou.

Há 26 anos, quando começou a vestir a farda da Polícia Militar, a oficial só tinha 18 anos. Ao longo da carreira, já assumiu comando de batalhão, participou de inúmeras operações e enfrentou criminosos. Apesar de impor riscos, a profissão não foi obstáculo quando a jovem decidiu também ser mãe.

“Cuidar da casa, dos filhos e ainda dos assuntos da polícia é uma jornada muito pesada, mas procuro ser organizada. Na polícia, a gente aprende a ser disciplinada. Também procuro conversar, dialogar e contar com a compreensão das minhas filhas. Quando tenho folga, meu tempo é gasto com elas. A minha base é a minha família”, disse Socorro Cristiane de Oliveira.

Mãe que supera limites

Foi na sala de parto, instantes após a cirurgia, que a assistente social Simone Jordão descobriu que a primeira filha, Sofia, era portadora da síndrome de Down, 17 anos atrás. Na época, ela trabalhava na Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (Funad) e ajudava outras famílias a superar limitações físicas similares. Nem mesmo essa experiência conseguiu evitar a aflição que chegou junto com o diagnóstico.

“O impacto foi grande. Eu fiquei muito preocupada. Pensei em todas as dificuldades que minha filha iria enfrentar e caí no choro. Mas, depois, o amor falou mais alto. Eu me levantei e passei a enfrentar”, conta a assistente social.

Especialista no assunto, Simone já conhecia os caminhos que precisava percorrer. “Iniciei o tratamento de Sofia, porque sabia que, quanto mais cedo isso ocorresse, melhores resultados ela teria”, lembra.

Depois de ter Sofia, a assistente social deu à luz um segundo filho. Mas, este, não tem síndrome de Down. Os dois entraram na escola e foram alfabetizados juntos. “A nossa recomendação é que a criança com down estude em escola regular, junto com outras crianças que não tenham a deficiência”, observou a especialista.

Hoje, Simone é presidente da Funad e usa a experiência de mãe no atendimento que presta a outras mulheres que pedem ajuda para os filhos na Fundação. “Nada no mundo acontece por acaso. Se Deus me deu uma criança com síndrome de Down é porque viu em mim algum potencial de assumir esse desafio. Fui reabilitadora, sou mãe e agora, gestora de um órgão que presta assistência a portadores de deficiências. Sou muito feliz em ter essas três visões e poder ajudar o próximo”, declarou.