Paraíba é último Estado no ranking de coleta seletiva

Apenas a capital possui políticas públicas de reciclagem perfazendo o índice mínimo de 0,1%.

Cassiana Ferreira do Jornal da Paraíba

Vivemos em um país que é líder mundial de reciclagem de alumínio, com 160,6 mil toneladas de sucatas de latas por ano, de acordo com o Índice Nacional de Reciclagem de Latas de Alumínio para bebidas de 2007. No entanto, segundo a pesquisa de Desenvolvimento Sustentável, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Paraíba ocupa o último lugar no ranking dos Estados com coleta seletiva. Apenas a capital possui políticas públicas de reciclagem perfazendo o índice mínimo de 0,1%. Bem longe do primeiro lugar ocupado pelo Rio Grande do Sul, com 138 cidades desenvolvendo projetos públicos de melhor aproveitamento do lixo chegando ao percentual de 29,6% de engajamento ambiental. Ainda de acordo o levantamento, as cooperativas e associações são as principais responsáveis pela coleta adequada do lixo (58%), depois vêm os condomínios (20%), depósitos (13%), escolas (5%), supermercados (3%) e eventos (1%).

Segundo especialistas em meio ambiente, para reciclar uma tonelada de latinhas de alumínio gasta-se 5% do total de energia utilizado para produzi-las. O que equivale a mesma energia consumida durante três horas com a TV ligada. A importância da transformação de resíduos em novos produtos também está relacionada ao impacto que o lixo sem tratamento pode causar ao meio em que se vive. É bom lembrar que o material pode levar até 1.000 anos para se decompor na natureza. A Paraíba produz aproximadamente 10 mil toneladas de lixo diariamente. O destino da maior parte destes resíduos é o que preocupa.

A Curadoria Estadual do Meio Ambiente revela que somente quatro cidades paraibanas (João Pessoa, Cajazeiras, Patos e Alagoa Grande) contam com aterros sanitários. O restante destas verdadeiras montanhas de sobras é jogado a céu aberto. Campina Grande ainda não ganhou o seu, mas alguns catadores estão atentos para a importância da reciclagem dos resíduos produzidos pela população. A cooperativa de catadores Catamais reúne 25 famílias que sobrevivem separando o lixo arrecadado conforme o tipo de matéria-prima.

Após o processo de seleção, prensa e comercialização com empresas, o que era sobra se transforma no que completa o sustento dos trabalhadores campinenses.