Paraibano consome menos água do que o recomendado pela ONU

Campanha SOS Seca foi apresentada pelo deputado Assis Quintans; evento aconteceu no auditório do Centro de Humanidades da  UFCG.

A Campanha SOS Seca foi apresentada ontem à comunidade acadêmica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), pelo deputado Francisco Assis Quintans. De acordo com ele, a grande preocupação da campanha é o consumo humano de água na Paraíba, que está muito abaixo do indicado pela Organização Mundial da Saúde (ONU). Enquanto a ONU recomenda cerca de 1.500 m³ por habitante, durante um ano, cada habitante da Paraíba consome apenas 560 m³ de água durante o mesmo período.

O evento aconteceu no auditório do Centro de Humanidades da sede da Instituição, no bairro de Bodocongó, com participação de professores e pesquisadores da UFCG, que também puderam discorrer sobre o tema. O coordenador do projeto, deputado Assis Quintans, informou que a participação das instituições de Ensino Superior é indiscutível, já que são através das pesquisas que podem ser encontradas soluções práticas para problemas como o da seca.

“Nós solicitamos às instituições que criem e incentivem projetos que possam fazer a diferença dentro da sociedade. Na Paraíba, assim como no Nordeste, é importante que as pesquisas estejam voltadas a projetos de enfrentamento à seca, porque esse é um problema permanente, a única alternativa é a prática das pesquisas, que poderão ajudar o homem a sobreviver”, contou.

O deputado informou que já foram recolhidas mais de 200 mil assinaturas, que deverão ser encaminhadas à presidente Dilma Rousseff, em data ainda para ser marcada. “A nossa intenção é reivindicar uma ação imediata, porque a seca que estamos enfrentando é séria e há 40 anos não víamos uma estiagem assim aqui na Paraíba”, contou.

Ele explicou que com relação ao consumo humano da água, o paraibano não chega a consumir nem metade do que recomenda a ONU, contando que nas grandes cidades essa desigualdade pode não ser vista, mas na zona rural, especialmente das regiões do Sertão e Cariri, existem grandes barreiras simplesmente para que um habitante possa beber água. “A única alternativa para o povo do Nordeste é a transposição do Rio São Francisco, além do crédito rural. Fora isso, o que se pode fazer é um trabalho de educação e conscientização”, afirmou.

Conforme o vice-reitor da UFCG, Vicemário Simões, a sociedade precisa de uma resposta das universidades, através da construção de pesquisas voltadas para problemáticas como a da seca. “É a população quem paga as nossas pesquisas, e na UFCG existe essa preocupação. Trouxemos o tema para ser discutido aqui, esperando também que a comunidade participe através das assinaturas. Como cidadãos, também precisamos discutir o problema da seca nos mais diversos ambientes”, afirmou.