Pombos se proliferam e ameaçam a saúde da população de João Pessoa

Com oferta de alimentos e abrigo, pombos estão se multiplicando pela capital, mas zoonoses alerta para os riscos à saúde humana.

Símbolos da paz, os pombos são alimentados e criados por diversas pessoas em João Pessoa, o que faz com que eles encontrem ambientes propícios para se proliferar na capital. De acordo com o gerente de Vigilância Ambiental e Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, Nilton Guedes, apesar de parecerem inofensivos, os pombos são pragas que estão se proliferando pela cidade devido a esse comportamento simpatizante. Conforme Guedes, é preciso ter atenção, pois eles podem ser transmissores de doenças.

O Centro da cidade, em áreas como a Praça do Bispo, a frente da igreja de São Frei Pedro Gonçalves, a Praça Pedro Américo, além dos bairros do Valentina de Figueiredo, orla, Bessa, próximo à estrada de Cabedelo, nas proximidades do Hospital Universitário, no bairro da Torre e em Jaguaribe. Essas foram algumas das áreas mapeadas pela Vigilância Ambiental e Zoonoses da SMS como infestadas de pombos.

Segundo Nilton Guedes, há dois principais fatores que favorecem a proliferação das aves: a oferta de comida e de abrigo. “Alguém coloca alimentos para eles e isso faz com que eles se acomodem e deixem de fazer seu papel na natureza, buscando alimentação e servindo para o controle de outras pragas, como insetos, além da distribuição de sementes, que também é um papel natural do pombo. Outro problema é o abrigo. João Pessoa possui uma parte antiga da cidade com vários locais que servem de abrigo, como as marquises, além de prédios antigos, que mudam a estrutura de ar condicionado, mas que continuam com as caixas que abrigavam os antigos. Estas, então, passam a servir de abrigo para pombos”, explicou.

Com alimento farto, dado pelos amigos dos bichinhos, e um abrigo quentinho e seguro onde eles podem fazer ninhos, os pombos passam, então, a depositar fezes por diversos locais. Além de corrosivas, ocasionando prejuízos patrimoniais, as fezes dos animais ainda podem transmitir doenças respiratórias, conforme Nilton Guedes. “As fezes dos pombos são finas e, quando ressecam, se não é feita uma higienização correta, elas voam e podem ser inaladas. Outro problema é quem tenta pegar esse animal. Uma ranhura ou picada pode transmitir doenças porque ferimentos são porta de entrada de patógenos e como os pombos são animais selvagens, andam por diversos locais e podem ser portadores de bactérias”, comentou.

Além das fezes e dos ferimentos, caso haja contato com o pombo, ainda há quem abata o animal para comê-lo, o que, segundo Nilton Guedes, além de crime pode também ocasionar riscos de contaminação. Ele ainda reiterou que em João Pessoa, mapeamentos de áreas críticas e palestras são realizadas, direcionadas a escolas, fábricas e associações, para orientar a população a não alimentar os pombos, pois eles podem se tornar um risco à saúde e ao patrimônio. Em caso de proliferação desse animal, a Vigilância Ambiental e Zoonoses faz orientações pelo fone 3218-9357.