Por medo muitos não se submetem a exames, prejudicando o diagnóstico

Serviços de testagem rápida para HIV estão sendo levados para o interior. Em Patos uma unidade de tratamento está em fase de implantação.

Para a gerente de Operações das DST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Ivoneide Lucena Pereira, apesar do aumento ao acesso ao diagnóstico e da implantação dos serviços de testagem rápida, o preconceito e o medo ainda são entraves que atrapalham o diagnóstico e tratamento adequado. “Estamos implantando o serviço de testagem rápida em 150 municípios do Estado. Nosso objetivo é chegar em 2012 com o serviço em todas as 223 cidades da Paraíba”, afirmou Ivoneide Lucena.

Segundo os dados da SES, até o dia 21 de novembro de 2011, foram notificados 262 novos casos da doença. Como no ano passado foram 395 casos, a estimativa é que os números de 2011 sejam menores que no ano anterior. Segundo Ivoneide Lucena, a divulgação da informação e a interiorização das ações estão contribuindo para a diminuição da incidência da doença.

A gerente acrescenta ainda que a SES está implantando um serviço de tratamento da Aids no município de Patos e que já foi aberto concurso para contratação de médico infectologista.

“Atualmente, 90 pessoas vêm de Patos fazer o tratamento da doença em Campina Grande ou João Pessoa. Em breve, essas pessoas poderão se tratar e receber o remédio no seu próprio município”, destacou Ivoneide.

Há oito anos e meio, o motoboy Luciano Santos Bezerra descobriu que era portador do vírus HIV. “Eu nunca imaginei que pudesse acontecer isso comigo, nem desconfiava que poderia ter a doença”, disse. Apenas anos depois de ter o diagnóstico, ele diz que ficou sabendo que uma ex-namorada era portadora do vírus, já tinha falecido de um acidente de carro, mas nunca tinha avisado sobre a doença, nem se prevenia nas relações sexuais.

Hoje, aos 38 anos, ele diz que consegue levar uma vida normal, apesar do susto inicial. “Trabalho diariamente, me casei com uma pessoa que também tinha o vírus, já me separei e vivo normalmente, mas sempre me prevenindo”, disse Luciano. Ele acredita que o maior acesso à informação vem contribuindo para a conscientização das pessoas e a diminuição do número de casos.