Preso homem que vendia produtos ‘inexistentes’ pela internet

Universitário preso iludia os compradores dizendo que tinha parente no Exército que trazia produtos do Haiti. Vítimas nunca receberam os itens comprados.

Um homem de 41 anos foi preso na manhã desta quarta-feira (1º), em sua casa no bairro de Mangabeira, em João Pessoa. De acordo com a Polícia Civil, o estudante do curso de Rede de Computadores foi preso por vender, na internet, produtos que não existiam.

De acordo com o titular da Delegacia de Defraudações da capital, Lucas Sá, o homem contava aos compradores que possuía um parente no Exército, que frequentemente viajava ao Haiti e de lá trazia produtos eletrônicos a preços mais baixos do que os praticados no Brasil. Parte dos compradores eram colegas de curso, além de pessoas com quem ele entrava em contato pela internet. As negociações eram realizadas, na maioria das vezes, através de redes sociais.

"Ele anunciava os produtos a preços baixos, entre R$ 1 mil e R$ 1.300. Com isso, ele conseguia que as vítimas realzassem a compra, pedindo uma parte do valor adiantada para que o parente pudesse adquirir os produtos. Após o pagamento, ele não entregava os itens e, quando as vítimas o procurava, ignorava os contatos”, explicou o delegado.

Segundo Lucas Sá, o homem conseguiu negociar com mais de dez pessoas em poucos meses e recebeu uma quantia superior a R$ 15 mil. As investigações,que começaram há uma semana após denúncias das vítimas, revelaram que os produtos que ele negociava não existiam. O suspeito exibia aos compradores fotos de produtos retiradas da internet e falsificava comprovantes de compra e de envio para dar veracidade aos golpes.

“Após ser preso, ele confessou o crime e disse que apesar de ter realmente um parente nas Forças Armadas, esse parente não fazia viagens para o exterior, e os produtos oferecidos não existiam. Ele conseguia o adiantamento do valor por meio de comprovantes falsos de envio dos produtos”, completou Lucas Sá.

O homem é natural do Rio de Janeiro e já morou no Mato Grosso, onde responde pelo crime de peculato por ter desviado valores de uma agência dos Correios onde trabalhou. Ele vai responder pelo crime de estelionato e permanece na carceragem da Central de Polícia Civil, no bairro do Geisel, até esta quinta-feira (2), quando passará por uma audiência de custódia. Qualquer vítima do homem pode denunciar o caso à polícia através do número 197.