Um professor de Matemática da Escola Estadual Alice Carneiro, localizada no bairro de Manaíra, em João Pessoa, foi assaltado dentro da sala de aula na noite da última segunda-feira.
Segundo a diretoria da instituição, três homens pularam o muro da escola, um deles armado. Este rendeu o professor, levando um cordão, um anel e um relógio de pulso. Professores e alunos estão assustados com a insegurança e aguardam providências.
O assalto aconteceu durante o período de aula, entre 20h e 22h.
A vice-diretora Ana Cristina Coelho disse que a escola possui atualmente oito câmeras de segurança que registraram a ação dos bandidos. “Nas imagens, a gente viu que três pessoas pularam o muro da escola. Um praticou o assalto e outros dois deram assistência”, relatou.
Ainda de acordo com Ana Cristina, nas imagens o professor demorou cerca de três minutos para sair da sala após a ação do assaltante, e, depois do ocorrido, as aulas da instituição foram paralisadas. Após o assalto, o professor se dirigiu ao Distrito Integrado de Segurança Pública (Disp), também no bairro de Manaíra, onde registrou o Boletim de Ocorrência.
Segundo a diretoria da instituição, o professor relatou que o assaltante não era aluno da escola. As imagens do sistema interno de segurança foram recolhidas na manhã de ontem e encaminhadas à polícia, que iniciou o processo de investigação para identificar o assaltante.
Apesar de estar localizada em um bairro considerado violento, os professores afirmam que a escola nunca tinha vivenciado assaltos. Porém, após o ocorrido, o clima de tensão tomou conta da escola e docentes e alunos apontam problemas que vulnerabilizam a unidade de ensino.
A professora polivalente Maria Linalva Melo trabalha na Escola Alice Carneiro há 8 anos e afirmou nunca ter se sentido insegura no local. Após o assalto, ela declarou que alunos e professores ficaram indignados e estão se sentindo desprotegidos. “Mesmo sendo perto de uma comunidade, nunca aconteceu nada com ninguém da escola nesse tempo em que eu estou aqui. Agora a gente está com medo. Alguma coisa tem que ser feita”.
Segundo a vice-diretora da escola, parte da instituição fica sem iluminação à noite, devido a uma reforma ainda não concluída, o que acentua a insegurança. “Aqui tem uma área muito grande, não tem vigia nem segurança nenhuma, só temos um porteiro. O policiamento só aparece se a gente chamar. Eu acho que isso só mostrou uma insegurança que a gente já vive diariamente aqui”, denunciou.
Os alunos dizem que a diretoria da instituição mudou recentemente e a nova gestão ainda está se adaptando, o que faz com que o alunado se sinta ainda mais desprotegido. “Essa semana precisei entregar um atestado e não tinha ninguém da direção. O antigo diretor ainda corria atrás de policiamento para nos proteger. Aqui precisaria de muito mais coisa para se tornar uma escola segura”, opinou o aluno do 2º ano do ensino médio Francisco Henriques.
