Professores e alunos vão às ruas pedir mais segurança em escola

Nos últimos três meses, a escola estadual de Bodocongó foi arrombada seis vezes e do local foram levados vários equipamentos.

Professores, funcionários e alunos da Escola Estadual Ademar Veloso da Silveira (Estadual de Bodocongó), em Campina Grande, realizaram uma mobilização ontem pela manhã para pedir mais segurança. Nos últimos três meses, a escola foi arrombada seis vezes e do local foram levados computadores, aparelhos de som, data show, microfones, aparelhos de TV e impressoras.

A professora Socorro Jerônimo ensina a disciplina de Biologia na escola há oito anos e convive com o medo diariamente. Ela já foi vítima de um arrastão no turno da noite e afirmou que além do sentimento de impotência diante da situação, existe também por parte dos professores uma grande decepção pelo fato de que dificilmente no decorrer desse ano letivo, o planejamento feito será colocado em prática. Isso acontece em virtude da falta de equipamentos eletrônicos, que foram subtraídos da escola, na ação dos criminosos. No local, existe apenas um vigilante, que trabalha na semana, em dias alternados.

“Temos aqui um vigia que vem dia sim e dia não. Para piorar a situação, inclusive dele, ele trabalha desarmado. Fizemos uma paralisação semana passada e hoje contamos com a participação de pais e alunos. Todos querem a solução do problema, porque o medo vem imperando no Estadual de Bodocongó. Desta vez, até a merenda escolar foi levada. Muitos alunos estão pensando em desistir dos estudos porque não aguentam mais a insegurança”, falou.

O aluno do 9º ano Ítalo Barbosa revelou estar com medo e ao mesmo tempo desmotivado, com a sequência de arrombamentos registrados na escola. Para ele, fica praticamente impossível poder se concentrar no conteúdo programático das disciplinas, vivendo um clima de insegurança constante.

De acordo com o comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar de Campina Grande, major Gilberto Felipe, a resolução dos problemas de segurança nas escolas não depende somente da Polícia Militar. Segundo ele, é necessário que esses locais possuam um eficiente sistema de vigilância e monitoramento, que em caso de alguma movimentação suspeita acione a polícia. “É humanamente impossível disponibilizar uma viatura nas mais de 150 escolas de Campina Grande, ao mesmo tempo.

Recentemente dialogamos com o responsável da polícia pela área de Bodocongó e esperamos que as escolas possam receber mais vigilantes, para que essas ações criminosas não continuem”, concluiu.

A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA entrou em contato com a Secretaria de Educação do Estado para saber que melhorias estão sendo implementadas na segurança das escolas, mas não obteve resposta.